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Barbara (filme)
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Barbara

Avaliação:
8/10

8/10

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Crítica | Ficha técnica

Barbara, o sexto longa para cinema do diretor Christian Petzold, possui um tom diferente da maioria de seus filmes. Pelo menos, em sua conclusão, já que o cenário e certas características de seus personagens são os habituais de seu cinema autoral.

Em Barbara, a questão da Alemanha Oriental está mais evidente, por sua história se passar nessa parte do país, na época em que existia essa divisão. E a trama se alimenta disso, pois a personagem-título tem o objetivo de fugir do país comunista.

Após passar um tempo na prisão, a médica Barbara se muda para uma pequena cidade no interior da Alemanha Oriental. Lá, começa a trabalhar numa clínica, onde faz amizade com o médico André. Mas, em sigilo, seu namorado envia para ela dinheiro e instruções para ela fugir pelo mar para a Dinamarca. Em paralelo, ela ajuda a jovem Stella, sua paciente que está confinada em um centro de reeducação juvenil.

Desconfiança

Como em outros filmes de Petzold, todos os personagens parecem pouco confiáveis. Um exemplo evidente é a síndica ou senhoria da casa de Barbara. Essa mulher nunca sorri, está sempre vigiando e impõe as regras do local rigidamente, como se fosse uma policial. Na verdade, a própria protagonista é uma pessoa fechada e misteriosa. E, com motivos para agir assim, pois ela quer evitar qualquer deslize que possa estragar sua escapada.

De fato, não é mera paranoia, pois existe um fiscal de olho em Barbara, que até realiza uma busca na casa dela. Por isso, mantém uma relação cautelosa com André, apesar de sentir uma forte empatia por ele. Por fim, o enredo prova que há uma relação próxima entre o fiscal e esse novo amigo.

O amor

Mesmo que nunca despreze o risco, e valorize a desconfiança, desta vez, Petzold permite a preponderância do amor. Primeiro, porque Barbara sacrifica sua libertação dos jugos do governo socialista para salvar a vida de sua jovem paciente. Ademais, ela opta por viver um novo amor, ainda que, para isso, tenha que desistir do anterior.

Esse desfecho surpreende quem acompanha a filmografia de Petzold. Até mesmo porque ele planta uma pista falsa para ludibriar o espectador atento aos detalhes. Na casa que Barbara abandona, ela deixa para trás o livro que o médico lhe deu. A princípio, parece indicar que ela escolheu fugir e esquecer esse caso fugaz. Porém, ao ceder seu lugar para a garota Stella, o livro ganha outro significado. Ou seja, o de que ela retornará para ele.

Contando mais uma vez com sua musa Nina Ross como protagonista, Christian Petzold repete a secura do distanciamento entre os personagens que marca seu estilo. Mas, em Barbara, com a exceção ao distanciamento nas relações da protagonista com seu novo amor e com a jovem desesperada.

Segundo o diretor, Barbara faz parte da sua trilogia do “Amor em tempos de sistemas opressivos”. Os outros dois filmes são: Fênix (2014) e Em Trânsito (2018).


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