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Praça Paris (filme)
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Praça Paris

Avaliação:
7/10

7/10

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Crítica | Ficha técnica

Praça Paris evoca o título de outro filme, Olhar Estrangeiro, ambos dirigidos pela cineasta Lucia Murat.

Em Praça Paris, a psicóloga portuguesa Camila vem ao Rio de Janeiro para elaborar um estudo sobre a violência no Brasil. Seu principal material de estudo são as sessões com sua paciente Glória, ascensorista da universidade onde está seu consultório. Aos poucos, Glória se abre e revela sua dura infância, quando era constantemente estuprada pelo pai dos 10 aos 15 anos. Agora, ela carrega a culpa por seu irmão mais novo ter ido para a FEBEM por um crime que ela cometeu. Dentro dessa instituição, ele entrou para o crime e se tornou um bandido temido na comunidade. Hoje, está preso, mas continua a agir lá de dentro.

Perspectivas alternadas

A narrativa segue em ordem cronológica, alternando as perspectivas de Glória e de Camila. Moradora de uma favela comandada pelos traficantes, Glória vive muito perto da violência. Ela visita constantemente o irmão na cadeia, e por isso é interrogada violentamente pela polícia, após um tiroteio na comunidade. Enquanto isso, a psicóloga fica cada vez mais assustada com os relatos de sua paciente. Afinal, Camila teme que essa violência se aproxime dela.

Assim, Praça Paris mostra que Glória aprende a sobreviver e se torna uma mulher durona. Apesar de ela sofrer, consegue se superar e seguir em frente. Nesse sentido, a religião entra no filme várias vezes, como o ponto de apoio para ela. Porém, o pastor da sua igreja se recusa a intervir e visitar o irmão de Glória na prisão. Ele tem medo, tal qual tem o homem com quem ela inicia um namoro.

Resolvendo os problemas

Enfim, enquanto Glória resolve sua vida pelos meios que ela conhece, Camila soluciona os dela voltando para Portugal. Claramente, a psicóloga não estava preparada para mexer com o assunto que sua paciente levantou.

Definitivamente, a diretora do filme, Lucia Murat, retrata a violência sem maquiagem. Em Praça Paris, ela constrói um painel assustador para quem não está nesse meio em que Glória vive. E a mesma percepção vale não só para os estrangeiros, mas também para os brasileiros que vivem longe dessa realidade.

Por fim, vale ainda destacar a atriz Grace Passô, no papel de Glória. Com uma interpretação viril, ela torna real essa personagem em conflito, que já não distingue o que é certo ou errado. Por outro lado, Joana de Verona constrói um personagem com perfil oposto, mas que também escorrega na tábua da moralidade. No final das contas, as protagonistas julgam uma às outras no filme, influenciadas por seus preconceitos. Já o filme se mantém isento. Em Praça Paris, não há heróis nem vilões.


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