Quando Chega a Escuridão é o segundo longa-metragem de Kathryn Bigelow, uma das cineastas de maior prestígio do cinema norte-americano. Posteriormente, ela viria a ganhar dois Oscars pelo filme Guerra ao Terror (2008), por Melhor Filme e Melhor Diretora. Aliás, foi a primeira mulher a vencer nesta categoria.
Porém, neste filme de terror sobre vampiros, ela realiza apenas um trabalho eficiente. Coautora do roteiro, a inovação que ela injeta no gênero é o fato de o protagonista recusar a se transformar em vampiro. O jovem Caleb é mordido pela vampira Mae, e os dois acabam se apaixonando. Então, o bando dela dá 24 horas para que o rapaz mate uma pessoa e beba seu sangue, e assim consiga assumir sua nova forma autonomamente. Contudo, ele reluta e prefere voltar a ser um humano comum.
Típico filme dos anos 1980
Mas, nos outros aspectos, Quando Chega a Escuridão não se destaca entre outras produções de terror dos anos 1980. Para começar, o visual é bem típico da época, com muitas névoas atravessadas por fachos de luzes, uma herança dos filmes Alien: O 8º Passageiro (1979) e Blade Runner: O Caçador de Androides (1982), ambos de Ridley Scott. Aliás, o diretor de fotografia é Adam Greenberg, o mesmo de O Exterminador do Futuro (1982), outra grande influência.
Adicionalmente, a trilha sonora composta pelo grupo Tangerine Dream recheia o filme com pastiches de rock. E isso leva também ao figurino dos personagens, principalmente dos vampiros, que retratam o clichê do roqueiro revoltado.
Quanto à violência, ela é moderada, refletindo os limites de um orçamento de filme B. Assim, os efeitos especiais são fracos, mas toleráveis. Da mesma forma, a produção pequena também impacta no casting, e aqui temos um elenco formado por atores jovens com talento limitado.
Em suma, Quando Chega a Escuridão serve apenas como laboratório para exercitar os futuros talentos da diretora Kathryn Bigelow.
