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Poster do filme "Remando para o Ouro"
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Remando para o Ouro | Por Sérgio Alpendre

Avaliação:
6/10

6/10

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Crítica | Ficha técnica

George Clooney é um ator bom moço de Hollywood, de ideais democráticos, preocupações sociais e perfil de galã, que se tornou um diretor preocupado em contar histórias edificantes de alta comunicabilidade com o público.

Remando para o Ouro (The Boys in the Boat), seu longa mais recente, não é diferente. Temos aí mais uma história de superação no esporte, de vitória dos azarões, de quem não tinha dinheiro para viajar, mas contou com a bondade refratária do New Deal de Roosevelt, a infalível solução A Felicidade Não se Compra (It’s a Wonderful Life, 1946).

Como já sinalizado no parágrafo acima, estamos na Grande Depressão, nos meses que antecederam os Jogos Olímpicos de Berlim, em 1936. Temos um estudante, Joe Rantz (Callum Turner), que mal tem dinheiro para custear os estudos. Seu amigo, Roger Morris (Sam Strike) o avisa da possibilidade de integrar a equipe de remo da cidade. Daria um dinheiro razoável se eles conseguissem passar nas peneiras. Eles passam.

Sua preocupação, inicialmente, é mesmo pagar o que deve para continuar estudando. Depois, ajuda a preparar o bote que sua equipe remará para a vitória. Aprende lições importantes sobre a necessidade de atuar em equipe, principalmente as ensinadas pelo técnico Al Ulbrickson (o ótimo Joel Edgerton). Uma remada mais fraca ou mais forte que a dos outros provoca estragos no conjunto, dificultando a vitória.

Clichês

Fácil de se ver, mais fácil ainda de perceber a grande quantidade de clichês como o plano em que um personagem está sentado na frente de uma janela pensativo, ou a evolução do relacionamento com Joyce Simdars (Hadley Robinson), ou várias saídas de cena de tudo quanto é personagem.

Clichês existem por todos os lados no cinema contemporâneo (e na crítica também, de todas as pessoas que a praticam, sem exceção). Há clichês em bons e maus filmes, até mesmo em filmes notáveis (igualmente para as críticas). Uma questão é: o que fazer com eles? Outra: como dosá-los? Uma terceira: há como evitar todos ou a maior parte deles? Às vezes tentamos evitar e fazemos pior. Melhor que fugir de clichês a todo custo é saber trabalhar com eles.

Em dado momento de Remando para o Ouro, a crise de Joe e o quase afastamento da equipe na véspera de uma competição importante parece mal ancorada pelos acontecimentos que vemos. Imagina-se que ele ficou tocado por um breve reencontro com o pai que o abandonou no começo da adolescência, mas do jeito que está no filme, parece mais um capricho de quem tem milhões de estímulos e nenhum compromisso, ou seja, o jovem comum de hoje.

A equipe

Exceto por Roger, Joe e Don Hume (Jack Mulhern), jovem tímido que tem a saúde muito frágil, não conhecemos muito bem o restante da equipe, o que não é um problema num longa. Já a equipe técnica tem mais destaque, sobretudo George (Peter Guinness), responsável pela manutenção e construção dos botes, e Tom Bolles (James Wolk), o assistente de Al. Quando este último resolve optar por uma solução arriscada, tendo seu emprego ameaçado, Tom diz na frente do patrocinador que faria a mesma coisa, embora soubéssemos que ele era radicalmente contra a decisão de Al.

A noção de companheirismo e cumplicidade é frequentemente realçada nos filmes de Clooney. É uma das características que garante algum interesse em seu cinema, mesmo quando falhado.

Texto escrito pelo crítico e professor de cinema Sérgio Alpendre, especialmente para o Leitura Fílmica.

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Ficha técnica:

Remando para o Ouro | The Boys in the Boat | 2023 | 123 min | EUA | Direção: George Clooney | Roteiro: Mark L. Smith | Elenco: Joel Edgerton, Callum Turner, Peter Guinness, Sam Strike, Thomas Elms, Hadley Robinson, Courtney Henggeler, Jack Mulhern, James Wolk.

Assista ao trailer original.

Onde assistir:
Atletas do time estadunidense de remo carregando um barco.
Cena de "Remando para o Ouro"
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