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A Felicidade Não Se Compra (filme)
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A Felicidade Não Se Compra

Avaliação:
8/10

8/10

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Crítica | Ficha técnica

“A Felicidade Não Se Compra” é um dos melhores exemplos de “feel good movies”, que fazem você sair do cinema se sentindo de bem com a vida. E, um dos filmes mais famosos do diretor Frank Capra,

Se analisarmos bem, o filme “A Felicidade Não Se Compra” é composto de duas partes. A primeira é a que faz jus ao título nacional, e promove a ideia da economia colaborativa contra o capitalismo selvagem. A segunda parte se conecta ao nome original do filme, e busca uma reflexão para valorizar as nossas vidas.

A trama

Inicialmente, acompanhamos uma conversa entre anjos. Então, um deles recebe a missão de vir à Terra salvar George Bailey (James Stewart), que está desiludido com sua vida e pensa em suicídio. A partir daí, acompanhamos, em ordem cronológica, a vida de George até esse momento.

Quando criança, ele salva seu irmão caçula quando ele cai em um rio gelado. Adulto, ele deixa de lado sua vontade de estudar em outra cidade para assumir a presidência da pequena instituição financeira de seu falecido pai. Porém, ao contrário do Sr. Potter (Lionel Barrymore), o bancário magnata da cidade, George não explora seus clientes. Pelo contrário, ele até os ajuda a adquirirem suas primeiras casas, em um empreendimento popular que ele cria, e onde ele mesmo vai morar. Mas, como ele acaba prejudicando os negócios do Sr. Potter, este se mostra desonesto diante de uma oportunidade de prejudicar o idealista George.

À beira da falência, George resolve se matar, até que o anjo Clarence (Henry Travers) aparece para ele. Assim, começa a segunda parte do filme, em tom fantástico, próximo de um pesadelo, com recursos de linguagem mais dramáticos, como close-ups extremos e muitas sombras. O atrapalhado anjo serve como alívio cômico, mas estes últimos vinte e cinco minutos finais são tensos. Afinal, mostram um mundo alternativo que representa o que aconteceria se George nunca tivesse existido. Aliás, esse segmento parece ter inspirado muitas produções posteriores. Por exemplo, a série de TV “Além da Imaginação” (The Twilight Zone, 1959-1964) e a trilogia para cinema “De Volta Para o Futuro” (Back to the Future, 1985/89/90).

A direção

Frank Capra usa a criatividade para resolver a questão da introdução, quando Deus convoca um anjo para a primeira missão dele na Terra. Trata-se de um que ainda não possui asas, porque não provou que as merece. Para levar essa inusitada situação para a tela, Capra recorreu à simplicidade. São planos gerais de exteriores de onde alguns dos personagens, que ainda não conhecemos, rezam por alguém chamado George. Então, a câmera se afasta e sobe, enquadrando o céu, de onde estrelas conversam piscando, representando Deus atendendo as preces. Ou seja, luzes piscando foi a solução para uma conversa fora do nosso mundo.

Além disso, outro momento que funciona perfeitamente na narrativa é o inesperado congelamento da imagem de James Stewart, na primeira vez que vemos George adulto na tela. Dessa forma, Capra apresenta o protagonista, tanto para o espectador como para o anjo Clarence, pela voz do deus, que se chama no filme José.

“A Felicidade Não Se Compra” emociona mesmo aqueles que não acreditam em anjos. Afinal, o âmago de sua estória é a valorização da vida. Ou seja, a religiosidade é apenas um meio para comunicar que só percebemos que algo é importante quando o perdemos. Nesse caso, a nossa própria existência para as pessoas a quem fizemos alguma diferença. A universalidade desse tema mantém o filme atual até hoje, e merece ser assistido sempre que deixarmos de acreditar nisso.


A Felicidade Não Se Compra (filme)
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