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Rua Cloverfield, 10 (filme)
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Rua Cloverfield, 10

Avaliação:
9/10

9/10

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Crítica | Ficha técnica

“Rua Cloverfield, 10” surpreende o espectador – e várias vezes. Com muita habilidade, o estreante diretor Dan Trachtenberg consegue conduzir o espectador para a direção que ele quer, só para depois o levar para outra conclusão.

É assim desde o início. Numa sequência sem diálogos, encontramos a mocinha do filme, Michelle (Mary Elizabeth Winstead, da série “Mercy Street”), arrumando as malas para deixar o namorado. A música orquestrada de fundo reforça a semelhança com as cenas de Janet Leigh no começo de “Psicose” (Psycho, 1960), de Alfred Hitchcock. Com isso, o espectador sente que “Rua Cloverfield, 10” deve ser um suspense.

Porém, durante sua fuga, Michelle sofre um acidente na estrada e fica inconsciente. Ao acordar, uma perna está acorrentada à parede e ela está sobre um colchão em um quarto sem móveis e parede feita de blocos. A situação, principalmente quando ele tenta fisgar seus pertences que estão do outro lado do aposento, faz o espectador sentir então que o filme seguirá na linha de “Jogos Mortais” (Saw, 2004).

Contudo, ao contrário desse novo clássico do terror, “Rua Cloverfield 10” logo revela quem é o responsável por esse destino de Michelle. Nesse momento, o filme quebra outro paradigma, pois o ator que o interpreta foge de qualquer estereótipo.

Fica mais intrigante

Se a identidade do captor logo se torna conhecida, parece que entraremos no formato de “Perversa Paixão” (Play Misty For Me, 1971) ou de “O Quarto de Jack” (Room, 2015). Mas, conforme Michelle vai descobrindo os fatos por trás desse mistério, mais intrigante ele se torna, inclusive para quem está assistindo.

O suspense vai crescendo, e assim também o interesse do espectador. A trama se sustenta, pois apesar de a situação soar absurda, se vista fora do contexto, não é impossível que um veterano de guerra (são milhões deles nos EUA) se torne paranoico e construa um abrigo contra ataques nucleares ou alienígenas.

A cena em que os personagens dentro do abrigo montam um quebra-cabeças representa um perfeito paralelo para o jogo que o filme prepara para o espectador, que passa toda sua duração tentando desvendar o que está acontecendo e o que virá em breve. E causa toda essa angústia sem apelar para cenas demasiadamente violentas, evitando, por exemplo, mostrar os detalhes dos pontos que Michelle coloca em Howard (John Goodman).

A trama é instigante e o filme consegue manter o clima, sem deixar a peteca cair. De fato, o ritmo nunca deixa de ser eletrizante, até mesmo no final. Em um certo momento, parece que algumas cenas foram cortadas, como na cena externa, onde o dia escurece rapidamente demais.

Dan Trachtenberg na direção

O novato Dan Trachtenberg, provavelmente, contou com uma colaboração ativa do produtor J.J. Abrams, o diretor de “Star Wars: O Despertar da Força” (The Force Awakens, 2015), considerando que este usou de forma inteligente as ideias de “Guerra nas Estrelas” (Star Wars: A New Hope, 1977), justamente um dos trunfos de “Rua Cloverfield, 10”. Abrams foi produtor de “Cloverfield: Monstro” (Cloverfield, 2008), filme que originou este seu spin-off, que era original por estruturar sua estória em cima de arquivos de vídeos perdidos – mas é melhor nem assisistir esse precursor, para não obter informações que podem atrapalhar a visita a “Rua Cloverfield 10”.

Para se apreciar plenamente o filme, a mesma estratégia de Alfred Hitchcock deveria ser usada. Ou seja, ninguém deveria entrar após inicio da sessão e nem contar seu final para os outros. Portanto, evite qualquer spoiler de “Rua Cloverfield, 10” e curta a surpresa da parte final.


Rua Cloverfield, 10 (filme)
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