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Saura(s) (filme)
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Saura(s)

Avaliação:
7/10

7/10

Crítica | Ficha técnica

O documentário Saura(s) consegue revelar a faceta pessoal do cineasta Carlos Saura, através de seus filhos.

Acima de tudo, a grande sacada do diretor deste documentário, Félix Viscarret, foi entender a relação de Carlos Saura com seus sete filhos, de quatro mães diferentes. E, em seguida, convencer a todos os envolvidos a aceitarem participar desse projeto.

O único que não pôde comparecer foi Shane, o filho de Carlos Saura com Geraldine Chaplin. Como ele mora nos EUA, sua agenda de trabalho não o permitiu viajar para a Espanha para gravar sua parte. Porém, Félix Viscarret sentiu que sua ausência deixaria o filme incompleto. Por isso, ele gravou uma conversa com ele por telefone.

No início de Saura(s), Viscarret faz uma pergunta ao aclamado diretor espanhol, e ele se recusa a responder porque é um assunto pessoal. Da mesma forma, ele ouve outra recusa, já na parte final, quando pede que Carlos Saura mostre um certo envelope. Ou seja, o cineasta só se abriu mesmo por causa da oportuna ideia de incluir a presença dos filhos.

Filhos e cinema

Com isso, o filme capta diversos aspectos da vida de Carlos Saura. Entre eles, o relacionamento com seus pais e, principalmente, com seus filhos. Mas, sobre as esposas, ele comenta superficialmente, recorrendo um pouco mais sobre sua relação com Geraldine Chaplin.

Então, um dos seus filhos, que trabalhou como seu assistente de direção em vários filmes, levanta uma interessante conexão entre suas obras e as trocas de mulheres. Porém, o cinema acaba não sendo o principal tema do documentário. Como exceção, vemos a conversa e uma breve análise sobre os musicais de Carlos Saura. E há um depoimento significativos sobre a abordagem da emoção em seus filmes:

“Em relação aos sentimentos, eu estava de acordo com Buñuel. Conversamos muitas vezes sobre isso. Detestávamos o sentimentalismo. No fundo, é muito fácil fazer o público chorar.”

Já Anna Saura Ramón, a única mulher e a mais nova entre os filhos, trabalha atualmente com o pai, e tem bastante presença no filme. Com ela, Carlos Saura viaja para Paris para compromissos relacionados a sua carreira. Adicionalmente, há outra viagem que surge no documentário. Em formato de vídeo caseiro, o vemos junto com a mulher e o filho no Cairo.

Satisfação

Por fim, Viscarret quebra o formato planejado para seu filme, de incluir somente os filhos, e chama a atual esposa Eulàlia. Sua intenção era que a presença dela o fizesse revelar algum arrependimento em sua vida. Porém, Carlos Saura demonstra total satisfação em relação a si mesmo. Confiante, o veterano cineasta ainda demonstra motivação para planos de vários novos projetos, como demonstra no fechamento.

Enfim, diretor de quatro curtas, quatro longas e algumas séries, todas produções ficcionais, Félix Viscarret realiza um criativo documentário, obtendo um retrato autêntico da pessoa retratada.

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Ficha técnica:

Saura(s) (2017) Espanha. 85 min. Direção e roteiro: Félix Viscarret. Com Carlos Saura Medrano, Antonio Saura, Shane Saura Chaplin, Manuel Saura Pérez, Adrián Saura, Diego Saura, Anna Saura Ramón, Eulàlia Ramon, Carlos Saura, Gilles Jacob, Félix Viscarret.

Onde assistir?

Saura(s) está na programação do Festival “Volta ao Mundo: Espanha” da plataforma Belas Artes à la Carte, entre os dias 3 e 16 de junho de 2021.

Onde assistir:
Saura(s) (filme)
Saura(s) (filme)
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