Sexta-Feira 13

Poster de "Sexta-Feira 13"

Título original: Friday the 13th

Ano de lançamento: 1980

Direção: Sean S. Cunningham

Gênero: ,

Mais informações na ficha técnica abaixo do texto

Avaliação: 7/10

Passados mais de 40 anos, Sexta-Feira 13 (1980) melhorou desde seu lançamento. Essa percepção resulta da baixa qualidade da maioria dos filmes posteriores dessa franquia que acumula 12 títulos (até agora) e, principalmente, das suas imitações e dos vários slashers que se inspiraram nele.

Apesar de seu pioneirismo, Sexta-Feira 13 não é totalmente original. Traz influências do giallo da Itália (o whodunit e sangue, muito sangue!), de Halloween (filme de 1978 de John Carpenter, por trazer como protagonista um serial killer, elemento que ganharia importância maior nas sequências), e de O Massacre da Serra Elétrica (de 1974, dirigido por Tobe Hooper, não só pelo sangue, mas também pela premissa de jovens que viram vítimas numa cidadezinha do interior).

Blood camp

O enredo possui uma coerência que deixou de ser uma preocupação nas produções da franquia – especialmente depois que introduziram a figura materializada do Jason Voorhees. Há uma introdução enigmática, que revela as primeiras vítimas do serial killer, ainda em circunstâncias misteriosas. Esse trecho acontece em 1958, no acampamento para crianças chamado Camp Crystal Lake.

A trama central se passa no tempo atual, portanto em 1980. Após a morte do casal de jovens monitores, o acampamento fechou as portas. Agora, 22 anos depois, o filho do dono do acampamento decide reformar e reabrí-lo. Alguns novos monitores trabalham ali nessa reforma, e acabam assassinados, um a um. Só vai sobreviver a final girl (o que se tornará característico no gênero). A revelação do assassino cai como uma luva com o que aconteceu no passado, e a justificativa para a vingança é facilmente compreendida. Aliás, não só vingança como também uma prevenção para que a tragédia não ocorra novamente por conta de jovens irresponsáveis.

Um marco do terror

Este é o quinto filme do diretor Sean S. Cunningham, que nunca tinha feito e nem faria nada significativo. Mas, aqui realiza um excelente trabalho. O mais importante de tudo é o uso da câmera subjetiva com a visão do assassino em série, recurso que permite ocultar organicamente a sua identidade e assim dispensar a necessidade de materializá-lo, evitando o risco de criar uma figura insatisfatória. Além disso, coloca o espectador numa perspectiva insólita, a do assassino.

No geral, a direção de Cunningham cumpre eficazmente o que o roteiro insinua. Os cortes estão precisos, os planos têm a duração certa. É possível notar uma preferência pelo suspense no lugar dos jump scares, tanto que, em alguns casos, a morte nem é mostrada. Estas, por sinal, são variadas e mantêm a coerência de sempre terem como instrumento um objeto cortante ou perfurante. Os efeitos especiais nos assassinatos também surpreendem por serem muito bem realizados, mesmo vistos hoje. E, não dá para encerrar essa crítica sem mencionar o final que emprega bem o jump scare, visivelmente influenciado por Carrie, a Estranha (1976), de Brian De Palma.

Do elenco, apenas Kevin Bacon conseguiu construir uma carreira duradoura. Nem mesmo a atriz que faz a sobrevivente, e que retorna na continuação de 1981, deu certo. Para todos esses outros atores, ficou apenas o privilégio de poder contar que participaram de um marco do cinema de terror.

___________________________________________

Ficha técnica:   

Sexta-Feira 13 | Friday the 13th | 1980 | 95 min. | EUA | Direção: Sean S. Cunningham | Roteiro: Victor Miller | Elenco: Betsy Palmer, Adrienne King, Jeannine Taylor, Robbi Morgan, Kevin Bacon, Harry Crosby, Laurie Bartram, Mark Nelson, Walt Gorney, Willie Adams, Debra S. Hayes.

Onde assistir:
Adrienne King, Jeannine Taylor e Mark Nelson em "Sexta-Feira 13"
Adrienne King, Jeannine Taylor e Mark Nelson em "Sexta-Feira 13"

Outras críticas:

Rolar para o topo