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Sexy e Marginal (filme)
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Sexy e Marginal

Avaliação:
6/10

6/10

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Crítica | Ficha técnica

Martin Scorsese se torna um diretor profissional com Sexy e Marginal.

O produtor Roger Corman queria aproveitar o sucesso de Bonnie e Clyde (1967) e adaptou o livro “Sister of the Road“, de Ben L. Reitman. Supostamente, a história se baseia na vida de uma tal de Boxcar Bertha, mas o próprio autor escreveu no prefácio da quarta edição de seu livro que a personagem era ficcional. Na verdade, a personagem se inspirava em três mulheres que ele conheceu.

A trama

No filme, Bertha (Barbara Hershey) é uma garota que fica órfã muito nova, e passa a ganhar a vida com trapaças e prostituição, nos anos após a Grande Depressão nos EUA. Envolve-se com dois homens, o jogador Rake Brown e o sindicalista bolchevique Big Bill Shelly. Contando ainda com o negro Von Morton, eles formam uma gangue que pratica vários roubos, tendo como principal vítima a Reader Railroad. Essa empresa ferroviária explorava seus empregados e, por isso, era alvo de Shelly.

A direção

Neste seu segundo longa-metragem, Martin Scorsese sai de Nova York para filmar em Arkansas e na Califórnia. O produtor Corman lhe deu certa liberdade, apesar de sua inexperiência. Mas, exigia que o filme tivesse nudez. E, claro, muita violência.

O resultado é um filme pouco autoral, mas que foi essencial para a formação de Scorsese. Sexy e Marginal o ensinou a ser eficiente, e a deixar de lado as experimentações exageradas de sua estreia, Quem Bate à Minha Porta?.

Ao contrário do seu longa anterior, Sexy e Marginal possui um ritmo ágil e uma gramática visual de fácil compreensão. Aliás, características que ele desenvolveria ainda mais e que se tornariam trunfos para o seu sucesso.

Mesmo assim, algumas cenas revelam certa ousadia na direção. Por exemplo, o plano com a câmera no teto, ao lado do ventilador, filmando os personagens. E, acima de tudo, a conclusão violenta, que mostra homens sendo baleados e arremessados para longe. Além do massacre, Scorsese filma o protagonista crucificado na parede de um vagão de trem. Apesar de esse detalhe já constar no roteiro original, não deixa de ser uma referência à criação católica do diretor.

Ademais, a crucificação imediatamente remete ao seu longa A Última Tentação de Cristo (1988). Principalmente, porque esse filme também contava com Barbara Hershey, no papel de Maria Madalena.

Contudo, apesar da direção cometente de Martin Scorsese, da nudez de Barbara Hershey e David Carradine, e das várias cenas de ação, Sexy e Marginal perde o espectador em sua parte central. A trama fica indecisa se se concentra em Bertha ou em Shelly, e os roubos parecem fáceis demais. Nesse sentido, a desastrada perseguição do xerife atrás da quadrilha beira o cômico. Por fim, o filme recupera a emoção na conclusão, mas o resultado geral é apenas divertido.


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