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Tigre Branco (filme)
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Tigre Branco

Avaliação:
7/10

7/10

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Crítica | Ficha técnica

O russo Tigre Branco tenta inovar o gênero dos filmes de guerra com ingredientes fantásticos e metáforas políticas. Mas as doses são muito mais moderadas do que em Cidade Zero (1988), do mesmo diretor Karen Shakhnazarov.

Antes de tudo, não confunda este filme com a recente coprodução Índia/EUA O Tigre Branco, da Netflix.

A estória de Tigre Branco se passa durante a Segunda Guerra Mundial. O soldado russo Naydenov sobrevive milagrosamente a um ataque do mítico tanque alemão Tigre Branco. E, ainda, ganha poderes especiais. Por exemplo, ele começa a ouvir os tanques russos, e se cura rapidamente de ferimentos. Por outro lado, fica obcecado em destruir o tal tanque inimigo, que, para muitos, é um fantasma que não existe. Porém, um dos seus superiores acredita nele e o promove a líder de uma seleta equipe com a missão de combater o Tigre Branco.

Produção grandiosa

A produção é grandiosa. Afinal, o cineasta Karen Shakhnazarov é diretor dos estúdios Mosfilm, e muito influente na indústria do setor na Rússia. Com isso, vemos muitos extras e, inclusive, vários tanques de guerra, em campos de batalha com combates repletos de explosões e troca de tiros. E, diferente do que se tornou usual no cinema contemporâneo, não há efeitos visuais, mas os tradicionais efeitos especiais, muito mais realistas, quando bem realizados.

Contudo, o filme não consegue criar a emoção desejada nas batalhas entre tanques. Apesar do uso de tanques de verdade, a sequência sofre pela montagem falha. Afinal, não conseguimos saber qual tanque está atirando e o que esse tiro atinge. Em outras palavras, não vemos a conexão entre causa e efeito, o que torna o resultado incompreensível.

Por outro lado, o trecho do combate entre o Tigre Branco e o tanque pilotado pelo protagonista funciona muito melhor. Para isso, Karen Shakhnazarov constrói essa cena como se fosse um duelo em um faroeste. Nesse sentido, o campo de batalha é uma velha cidade abandonada com casas de madeira. Logo, os antagonistas se desafiam em uma rua, disputando quem consegue o tiro mais certeiro.

Desafio não vencido

Mesmo assim, é difícil vencer o desafio de movimentar e criar cenas de ação com tanques. Afinal, são veículos que se movem vagarosamente. Além disso, são parecidos uns com os outros, pelo menos para quem é leigo em armamentos militares. Então, ainda que o orçamento seja generoso e a ideia do duelo do faroeste genial, falta empolgação nesses embates. Na verdade, já que o filme possui uma pegada fantástica, o tal Tigre Branco mereceria um status de protagonista. Ou seja, devidamente personalizado e possuído pelo mal. Inevitavelmente, surge a lembrança de Christine: O Carro Assassino (1983), onde o diretor John Carpenter conseguiu transformar um carro numa criatura endemoniada.

Sob outro aspecto, Tigre Branco perde muito tempo na longa sequência da rendição dos alemães. Essa informação é essencial para a narrativa, mas não era necessário demandar tanto tempo no filme para revelar esse fato. E, logo depois, o epílogo amarra a estória com a metáfora do combate ao tanque espelhada na eliminação do mal representado por Adolf Hitler. Porém, toda essa parte final deveria ser mais enxuta e impactante.

Por fim, Tigre Branco deixa a impressão de uma ideia instigante – a do tanque fantasma – que foi mal desenvolvida.


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