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Top Gun (filme)
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Top Gun: Ases Indomáveis

Avaliação:
7/10

7/10

Crítica | Ficha técnica

Top Gun: Ases Indomáveis marcou a ascensão do diretor Tony Scott para o time de cineastas de grandes sucessos. Antes, realizara apenas o pouco visto Loving Memory (1971) e Fome de Viver (The Hunger, 1983), um terror estilizado e erótico sobre vampiros modernos. Viria a alcançar enormes bilheterias com outros filmes, entre eles Um Tira da Pesada II (Beverly Hills Cop II, 1987), com Eddie Murphy, e Dias de Trovão (Days of Thunder, 1990), uma versão sobre rodas de Top Gun, novamente estrelado por Tom Cruise.

O termo Top Gun se refere ao seleto grupo de melhores pilotos navais dos Estados Unidos. A história do filme começa quando o piloto Maverick (Cruise) e seu copiloto Goose (Anthony Edwards) conseguem ingressar nesse time de elite. Assim, acompanhamos a primeira temporada deles em Miramar, na cidade de San Diego, quando treinam e disputam o título de melhor dupla com os rivais Iceman (Val Kilmer) e Slider (Rick Rossovich). Enquanto isso, Maverick se envolve romanticamente com Charlie (Kelly McGillis), uma das instrutoras.

É um filme repleto de manobras ousadas de aviões caça supersônicos F-14 em simulações de combate contra os MIGs soviéticos, com um embate para valer na parte final. Essas cenas de ação são muito bem filmadas, com câmeras instaladas nos próprios aviões, intercaladas com closes dos pilotos, dos comandantes em terra e de tomadas de perspectiva externa a partir de outro avião. Além disso, o som dos motores é ensurdecedor. Mas, exatamente por isso, Top Gun: Ases Indomáveis rende mais emoção dentro de um cinema, com tela grande e som no talo. Assistí-lo em casa é uma experiência menor.

Trama e tema

No enredo, o tema essencial trata do amadurecimento de Maverick. Ele inicia o filme como um piloto extremamente hábil, mas exibido e convencido demais. Por isso, arrisca manobras que põem em risco seus companheiros. Claramente, ele é o arquétipo do americano como o próprio Estados Unidos se vê. Seu companheiro Goose, da mesma forma, representa o outro americano, aquele do interior, com valores mais simples, voltado para a família e menos arrojado. Em contrapartida, Iceman e Slider personificam os soviéticos, igualmente excelentes, mas mais frios e racionais. Faz sentido, lembrando que o filme foi realizado durante a Guerra Fria.

De fato, Maverick precisa amadurecer. Quando Charlie, que é mais velha que ele, faz seu trabalho como instrutora sem dar regalias para ele por conta do relacionamento, Maverick sai com sua moto a toda velocidade, deixando a moça falando sozinha. E, diante da tragédia que cai sobre seu companheiro, ele logo pensa em desistir de sua carreira. A conclusão é previsível, mas define a transformação de Maverick, superando sua imaturidade para seguir sua carreira e seu namoro.

O instrutor veterano Viper (Tom Skerritt) e Charlie funcionam como os mentores para essa superação de Maverick. Iceman também deveria servir como apoio, mas o companheirismo fica de lado por conta de sua representação como figura soviética. E, sendo assim, ele se mantém frio e apenas diz que sente muito pela perda do amigo. Mesmo assim, a mensagem funciona até hoje, pois carrega um valor universal e atemporal que vale, também, para celebridades, jogadores de futebol, novos ricos, políticos etc. que se acham melhores do que os outros.

Elenco

Tom Cruise galgava seu caminho para o estrelato quando fez este megassucesso. Seu filme anterior fora A Lenda (Legend, 1985), dirigido por Ridley Scott, o irmão de Tony Scott. Top Gun: Ases Indomáveis depende muito da atuação de Cruise, e ele entrega o resultado esperado. Sim, é verdade que o papel cai como uma luva para ele, que usa seu charme e beleza para construir uma imagem que ele exploraria em outros personagens, a do bonitão convencido que precisa de uma lição. O Vincent de A Cor do Dinheiro (The Color of Money, 1986), seu filme seguinte, sob direção de Martin Scorsese, talvez seja o ápice dessa sua persona.

Kelly McGillis, seis anos mais velha que Cruise, despontara no cinema em A Testemunha (Witness, 1985), de Peter Weir, ao lado de Harrison Ford. A química entre McGillis e Cruise é forte, e o filme possui cenas sensuais, construídas com closes de beijos de língua em silhuetas, sem nenhuma nudez, ao som de “Take My Breath Away”, da banda Berlin. A atriz ainda protagonizaria outros longas de destaque, como Pesadelo na Rua Carroll (The House on Carroll Street, 1987), de Peter Yates, mas nunca chegaria ao primeiro time do estrelato.

Já o Iceman significou uma virada na carreira de Val Kilmer. Até então, ele fora protagonista de duas comédias, Top Secret (1984) e Academia de Gênios (Real Genius, 1985), suas estreias no cinema. A oportunidade de interpretar um personagem sério abriu caminho para sua valorização como ator. Logo, ele ia encarar o difícil papel de Jim Morrison em The Doors (1991).

Meg Ryan, que também estaria em The Doors, faz aqui um pequeno papel, seu terceiro no cinema. Ela interpreta a esposa caipira de Goose, este encarnado por Anthony Edwards, outro ator que era mais conhecido dentro da comédia.

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Ficha técnica:

Top Gun: Ases Indomáveis | Top Gun | 1986 | EUA | 110 min | Direção: Tony Scott | Roteiro: Jim Cash, Jack Epps Jr. | Elenco: Tom Cruise, Kelly McGillis, Val Kilmer, Anthony Edwards, Tom Skerritt, Michael Ironside, John Stockwell, Barry Tubb, Rick Rossovich, Tim Robbins, Clarence Gilyard Jr., Meg Ryan.

Gostou desse filme? Então, leia também a crítica de Top Gun: Maverick (2022).

Onde assistir:
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