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Tóquio Violenta

Avaliação:
7/10

7/10

Crítica | Ficha técnica

Tóquio Violenta é um típico filme B policial dirigido por Seijun Suzuki para o estúdio Nikkatsu. Produzidos em série e com poucos recursos, esses filmes se sobressaem pela ousadia do diretor, nos cenários, planos, montagem e estrutura narrativa.

A principal característica de Tóquio Violenta é sua aparência de filme pop, criado em cima de uma canção pegajosa que aparece várias vezes, desde os créditos iniciais até os finais, e até cantada pelo protagonista Tetsu. A melodia instiga um tom jovem, que se concretiza com a aparência de Tetsu (apesar de ele estar se aposentando da sua vida de assassino profissional), e com a discoteca como um dos cenários. As cores berrantes, que fazem parte do estilo de Suzuki, são diferentes dependendo de cada sequência, e contribuem também neste aspecto jovem.

Por isso, o prólogo impressiona. Filmado em preto e branco, com essas duas cores saturadas, a impressão que essa sequência passa é que estamos diante de uma obra experimental. Há até um simbolismo entre a imagem do cachorro e do protagonista. E o plano ao longo da ferrovia, com trilha sonora com instrumentos de sopro, remete ao gênero faroeste. Sempre à frente de seu tempo, Suzuki fecha esse trecho anterior ao título do filme com um plano que mostra uma arma de brinquedo vermelha, único elemento colorido na cena em preto e branco, antecipando o que Steven Spielberg filmaria em A Lista de Schindler.

Cores e muito estilo

Essa introdução em preto e branco contrasta com as cores fortes que desfilarão pelo filme, em variações que nunca deixam Tóquio Violenta se tornar monótono. Nessa diversidade de tonalidades, o protagonista Tetsu veste cores claras, principalmente ternos azul claro e bege, construindo sua personalidade controlada e serena, ideia reforçada pelo tema principal que ele até canta e assobia.

O filme Tóquio Violenta possui muito tiroteio, pancadaria e violência, levados à tela com muito estilo. O ritmo é acelerado e as lutas muito bem coreografadas, apesar de que o diretor afirma que não costumava ensaiar, porque o curto cronograma não permitia. No geral, o tom é sério, porém beirando o caricato, na destreza exagerada do herói Tetsu. Mas, o filme mergulha na comédia em trechos da cena da luta generalizada no bar, em especial na participação das prostitutas na confusão.

Apesar de conter esses elementos típicos do filme policial de ação, Tóquio Violenta não é tão facilmente digerível para o público acostumado com o gênero. Os cenários minimalistas, com poucos elementos compensados com cores fortes, podem desagradar parte desses espectadores, que preferem algo mais realista. Além disso, a montagem frenética e não tradicional dificulta a fácil compreensão da estória.

Mas, o espectador que se desapegar desse padrão confortável se divertirá com um charmoso filme policial B com muita ação, um forte protagonista e o filme mais musical do diretor Seijun Suzuki.

 

Tóquio Violenta (filme)
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