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Um Dia de Chuva em Nova York (filme)
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Um Dia de Chuva em Nova York

Avaliação:
8/10

8/10

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Crítica | Ficha técnica

Woody Allen está de volta a Manhattan em Um Dia de Chuva em Nova York. E fica evidente como ele se sente à vontade em sua cidade, citando lugares que ele conhece muito bem. Nesse sentido, Allen filma planos-detalhes que revelam joias escondidas em locais famosos, como o relógio no Central Park.

Comédia romântica

Um Dia de Chuva em Nova York inspira o cineasta a voltar à comédia romântica que o consagrou com Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (Annie Hall, 1977), Manhattan (1979) e outros filmes. Mas a comédia está em segundo plano, as piadas são menos numerosas e mais sutis, raramente provocando gargalhadas. Woody Allen não participa como ator e ninguém do elenco o personifica para que existam cenas de gags com um personagem trapalhão. Então, não encontramos Allen assustado caçando lagostas em sua cozinha, ou ele como motorista inábil tendo dificuldade para estacionar. Essas cenas estavam no filme de 1977, não nesse de 2019.

Timothée Chalamet interpreta Gatsby Welles, um jovem de família rica nascido em Manhattan que agora estuda na pequena Yardley University em Nova Jersey, para contentar sua mãe. Lá, ele namora Ashleigh Enright (Elle Fanning), uma garota do interior, filha de um dono de banco. Quando surge a grande oportunidade de Ashleigh fazer uma entrevista importante, com o cineasta Roland Pollard (Liev Schreiber), o casal parte para Nova York.

Gatsby quer mostrar a cidade para Ashleigh depois da entrevista, mas o plano não se concretiza porque ela é tomada por vários eventos não programados. Por exemplo, a projeção do novo filme de Pollard e o encontro com uma celebridade (papel de Diego Luna). Por outro lado, Gatsby também resolve seguir para outros passeios.

Ritmo intenso

O roteiro de Um Dia de Chuva em Nova York possui um ritmo intenso, com várias cenas que movimentam os protagonistas pela cidade. Apesar de Woody Allen filmar sequências longas, necessárias para que possam receber os inspirados diálogos que ele cria, o filme nunca cansa. Afinal, acontecem tantos fatos inesperados com a dupla central que falta pouco para Woody Allen criar um novo Depois de Horas (After Hours, 1985), de Martin Scorsese.

Então, no curto espaço de tempo de um dia, Gatsby e Ashleigh amadurecem com as experiências às quais são submetidos. Por um lado, o rapaz resolverá uma questão crucial de relacionamento com sua mãe. Aliás, é essa a origem da crise de identidade que o impede de assumir compromissos sérios para preferir ganhar a vida com jogos de apostas. Já a garota despertará a mulher que está ainda represada dentro de si, e se descobrirá sexualmente. Ao final dessa vivência, os dois estarão prontos para viverem suas vidas como plenos adultos.

Sorrisos

Apesar de Woody Allen preferir não investir tanto na comédia em Um Dia de Chuva em Nova York, o humor ainda está presente. Na verdade, mais para sorrisos do que para gargalhadas. Porém, continua a inserir referências culturais eruditas, que a maior parte do público não consegue captar. Além disso, ainda pede que seus atores, tanto Timothée Chalamet como Elle Fanning, imitem seus trejeitos e funcionem como seu alter-ego. Assim, Chalamet evidencia isso quando cita as referências eruditas. E Fanning quando se mostra atrapalhada – especialmente na cena do jantar com o astro do cinema.

Enfim, mesmo sem buscar uma mudança em seu estilo, Woody Allen demonstra uma natural transformação que acompanha seu amadurecimento. Aos 83 anos, em seu 48º longa-metragem, o diretor deixa para trás a comédia escrachada do início de carreira, bem como os dramas pesados influenciados por Ingmar Bergman. E realiza em Um Dia de Chuva em Nova York uma agradável comédia romântica com um toque de existencialismo.


Onde assistir:
Um Dia de Chuva em Nova York (filme)
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