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Um Pequeno Favor (filme)
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Um Pequeno Favor

Avaliação:
6/10

6/10

Crítica | Ficha técnica

Um Pequeno Favor começa como um incitante thriller mas se transforma em uma comédia de humor negro sem graça.

Nos créditos iniciais, Um Pequeno Favor já dá indícios de que o filme não se encaixa no gênero suspense como sua sinopse apresenta. O colorido dos efeitos animados, acompanhado por uma alegre canção francesa substitui o tradicional tom escuro com trilha no estilo Bernard Herrmann, compositor de vários clássicos de Alfred Hitchcock.

Apesar da música retrô, a estória é ambientada na modernidade contemporânea. Stephanie Smothers (Anna Kendrick) é uma recatada dona de casa que produz vídeos com dicas para outras mães. Aliás, o nome da personagem já entrega essa caracterização: Smothers contém a palavra “mothers” (mães em inglês). Como vloguer, ela conta em seus vídeos o seu novo relacionamento com Emily Nelson (Blake Lively), mãe do melhor amigo do seu filho de seis anos.

Anna Kendrick x Blake Lively

A escolha de elenco das protagonistas facilita o contraste entre essas duas figuras totalmente opostas. De um lado, a mirrada Anna Kendrick interpreta a mãe dedicada, viúva e de classe média. Do outro, o mulherão Blake Lively faz a rica, poderosa e bem-sucedida diretora de relações pública que não curte muito cuidar do filho. Emily acaba se aproveitando da disponibilidade de Stephanie, que aceita os pequenos favores do título e passa a cuidar também do filho de Emily.

Essa relação entre as duas injeta curiosidade na trama. De início, pela construção eficaz de Emily como uma personagem extremamente misteriosa, e principalmente quando um segredo de Stephanie é revelado, numa cena com tensão sexual entre elas. Então, o filme parece caminhar bem nessa trilha de aprofundamento dessa improvável amizade. Quando Emily desaparece inesperadamente, o roteiro atinge seu clímax de emoção.

A partir daí, porém, Um Pequeno Favor desperdiça vários momentos de alto potencial. A investigação de Stephanie carece de suspense e o envolvimento dela com o marido de Emily surge de repente, e não como um gradual aquecimento de hormônios, o que seria mais sensual.

Do suspense ao humor negro

E o que atrapalha é o toque de Paul Feig, um diretor especialista em comédias, como Missão Madrinha de Casamento (2011), A Espiã Que Sabia de Menos (2015) e Caça-Fantasmas (2016). Do suspense, Um Pequeno Favor vai para o humor negro. Infelizmente, sem graça. Com isso, a trama envereda para o subgênero de filmes de golpistas, que desaponta porque não houve um esquema minuciosamente planejado, e sim uma sucessão de acontecimentos improvisados. Aliás, como revela a elucidação dos fatos, contada através de um flashback de Emily que desmente o que ela relata para Stephanie.

Além disso, há muitos clichês em Um Pequeno Favor. Por exemplo, quando a personagem desliga o telefonema de telemarketing e atende novamente falando que não está interessada, mas essa segunda ligação não é mais do telemarketing, mas uma voz sinistra. Da mesma forma, o atropelamento quando uma personagem sai correndo em momento decisivo. Mas, esses são apenas alguns dos clichês no filme.

Em suma, Um Pequeno Favor poderia ser um ótimo thriller nos moldes de Garota Exemplar (2014), mas fracassa na pretensão de mudar seu tom para o humor negro no meio do filme.

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Ficha técnica:

Um Pequeno Favor (A Simple Favor, 2018) EUA 117 min. Dir: Paul Feig. Rot: Jessica Charzer. Elenco: Blake Lively, Anna Kendrick, Eric Johnson, Jean Smart, Sarah Baker, Gia Sandhu, Glenda Braganza, Linda Cardellini, Rupert Friend, Kelly McCormack.

Paris Filmes

Trailer:
Onde assistir:
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