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Uma História em Montana (filme)
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Uma História em Montana

Avaliação:
6.5/10

6.5/10

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Crítica | Ficha técnica

Uma História em Montana (Montana Story) mergulha o espectador em camadas cada vez mais profundas de seu drama. Na sua história, um pai agressivo engatilha o trauma que prejudica a jovem vida de dois meios-irmãos. Mas, agora que ele está em coma com uma doença terminal, o que pode acontecer nessa reunião fraterna forçada?

O ritmo lento reflete a dificuldade de reaproximação desses familiares separados pelo tempo e pela distância. Cal (Owen Teague) retorna à casa do pai, reencontra a empregada latina e conhece o enfermeiro africano. O fato de ele subir primeiro para seu quarto, sem sequer ver o pai inconsciente na cama já revela o rompimento entre eles. Porém, Cal ainda mantém o respeito formal por conta da condição terminal do seu progenitor. Já sua irmã Erin (Haley Lu Richardson) não demonstra nem esse respeito. Isso ela dedica mais ao velho cavalo da família, que Cal pensa em sacrificar, mas que ela prefere levar para um retiro onde ele possa cavalgar livremente num campo até seu derradeiro fim.

Grand Canyon de Montana

Essa subtrama do cavalo, além de contrastar a consideração de Erin com o pai e com o animal, serve para o enredo entrar num breve road movie. No trajeto, param em Copperhead (na verdade filmado na Golden Sunlight Mine em Jefferson County), e vivem um momento de reflexões, como os personagens de Grand Canyon (1991), filme de Lawrence Kasdan. Mas o filme ainda retém a revelação do evento que causou a ruptura definitiva da família. Antes disso, apresenta uma cena que demonstra uma gradual abertura de Erin para sua vida na fazenda, quando ela mata uma das galinhas para o jantar. O ato, aliás, conecta também com sua atual profissão, de cozinheira, provando que existe aí um elo indissociável entre o que ela é hoje e o que foi no passado.

Acima de tudo, encontramos uma situação bem pensada para o clímax dramático. Durante uma queda de energia, Erin precisa ajudar o enfermeiro a cuidar do pai em coma. Como os aparelhos não funcionam sem eletricidade, ela precisa bombear ar manualmente para dentro do pulmão do pai que ela odeia por causa das agressões na infância. Ainda que não tenhamos todos os detalhes que justificam esse ódio, a tensão é evidente. Ela vai salvar a vida dele?

Slow burn

Esse novo evento dramático provoca o confronto entre Cal e Erin, quando colocam na mesa o que causou toda a separação. Os dois atores estão ótimos, e se entregam nessa difícil cena. O motivo não é um lugar comum, e realmente é suficiente para esse rompimento. Na verdade, não só esse detalhe, mas todo o enredo soa consistente. Inclusive as palavras do enfermeiro, que ecoam na atitude de Erin naquele instante em que a vida do pai esteve em suas mãos. Afinal, como diz o personagem, nada há para acrescentar na vida desse homem em seus últimos momentos. Apesar disso, a proximidade de sua morte involuntariamente reata o laço de amor entre os irmãos que ele mesmo havia rompido.

O ritmo é lento, Montana Story faz parte da tendência de filmes slow burn. Aqui aplicado apropriadamente como pede a narrativa. Com isso, o drama se aprofunda aos poucos, até alcançar o evento traumático à altura do que esperamos dessa história.

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Ficha técnica:

Uma História em Montana | Montana Story | 2021 | 114 min | EUA | Direção: Scott McGehee, David Siegel | Roteiro: Mike Spreter, Scott McGehee, David Siegel | Elenco: Haley Lu Richardson, Owen Teague, Gilbert Owuor, Kimberly Guerrero, Asivak Koostachin, Eugene Brave Rock.

Distribuição: Sony Pictures HE.

Trailer:
Uma História em Montana
Onde assistir:
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