Tomm Moore, um dos realizadores de Uma Viagem ao Mundo das Fábulas (The Secret of Kells, 2009), leva-nos de volta ao mundo fantástico dos Wolfwalkers. Agora, com o codiretor Ross Stewart e o roteirista Will Collins.
A estória acontece em Kilkenny, na Irlanda, em 1650. O Lorde Protetor pretende manter a segurança dos habitantes de seu feudo ordenando o extermínio dos lobos. Quando Robyn, a filha do caçador oficial, foge sozinha para matar esses animais considerados predadores, ela cai numa armadilha e é salva pela wolfwalker Mebh. Mas, ao ferir Robyn, Mebh a transforma também em uma de sua espécie. Assim, ela continua uma humana enquanto está acordada, e vira um lobo quando dorme. Juntas, elas tentam salvar a mãe de Mebh, capturada pelo Lorde Protetor.
Tema refletido nas imagens
Essencialmente, Wolfwalkers trabalha o tema da proteção aos animais, aqui representados pelos lobos. Nesse sentido, as pessoas são as verdadeiras predadoras. Principalmente aquelas que agem sob o comando do Lorde Protetor. Por isso, o filme não mostra os lobos matando os humanos, pois Mebh não permite. E essa ideia é representada nas imagens. Afinal, os wolfwalkers, os lobos e a natureza em geral possuem formas arredondadas. Por outro lado, as pessoas e a cidade são criadas com linhas retas.
Acima disso, os desenhos assumem uma inventiva perspectiva visual. Primeiro, pela diversidade dimensional, que a princípio provoca o sentido do espectador. Depois, quando o olhar se habitua, o efeito é deslumbrante. Além disso, as visões subjetivas do lobo conseguem representar o que os wolfwalkers enxergam, e, com isso, suas percepções aguçadas. Sem contar, ainda, com vários trechos com tela dividida, recurso usado com maestria.
Então, para completar, a trilha sonora é encantadora. O compositor francês Bruno Coulais, o mesmo de Uma Viagem ao Mundo das Fábulas, cria belos temas calcados na tradição irlandesa. Adicionalmente, canções dos artistas Aurora e Kila entram trazendo a mesma influência, que se encaixam totalmente na estória.
Por fim, Wolfwalkers ainda apresenta um ritmo ágil, que o torna uma aventura infantil ímpar. Afinal, além de tudo, conta com um diferencial arrojado e único.
