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Os 10 melhores filmes com Marilyn Monroe | Por Sérgio Alpendre

Os 10 melhores filmes com Marilyn Monroe
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Em cinema, fotogenia é muito mais importante que beleza. Atores e atrizes podem ser belos e sedutores, mas se a câmera não capta essas qualidades, suas chances são diminutas.

Marilyn Monroe reunia todas essas características. Segundo Billy Wilder, que a dirigiu duas vezes, tornou-se insuportável filmar com ela na segunda metade dos anos 1950. Mas quando ela aparecia na frente da câmera, tudo se iluminava.

Esta lista, em ordem crescente de preferência, procura selecionar os melhores filmes em que Marilyn brilha, seja como protagonista, seja como coadjuvante que rouba as cenas.

Se o tempo em tela for muito pequeno, contudo, como no caso de O Segredo das Jóias (The Asphalt Jungle, 1950), de John Huston, ou mesmo A Malvada (All About Eve, 1950), de Joseph L. Mankiewicz, o filme não é considerado. Nunca Fui Santa (Bus Stop, 1956), de Joshua Logan, foi revisto e retumbantemente desconsiderado.

Então, confira a lista com os 10 melhores filmes com Marilyn Monroe.

Segue a lista dos 10 melhores filmes com Marilyn Monroe

10. Almas Desesperadas (Don’t Bother to Knock, 1952)

Marilyn brilha no papel de uma garota perturbada que machuca as pessoas sem real intenção. O filme seria muito menos sem sua interpretação. Ela é apresentada como protagonista junto de Richard Widmark, mas este faz par com Anne Bancroft.

09. Os Desajustados (The Misfits, 1961), de John Huston

Um dos primeiros personagens que Monroe interpretou foi num filme de John Huston: O Segredo das Jóias (The Asphalt Jungle, 1950), num pequeno papel que, entretanto, a transformou em potencial estrela. Com Huston fez também seu último filme acabado, o melancólico Os Desajustados, que antecipa o psicologismo que explodirá, nem sempre da melhor maneira, em A Noite do Iguana (1964) e Os Pecados de Todos Nós (1967). O elenco é monstruoso e reflete as mudanças de Hollywood nos últimos anos: Marilyn Monroe, Clark Gable e Montgomery Clift representam o star system em seus diferentes momentos; Thelma Ritter e Eli Wallach o cinema moderno americano dos anos 1950, com uma pegada mais realista. O roteiro é de Arthur Miller, que foi casado com Marilyn até o começo de 1961. As cenas de laçada aos cavalos remetem à pesca do atum em Stromboli e são as mais fortes do filme.

08. Os Homens Preferem as Loiras (Gentlemen Prefer Blondes, 1953), de Howard Hawks

1953 foi um ano importante para Marilyn Monroe, o ano que a catapultou definitivamente ao estrelato. Este filme de Hawks é o segundo que ela fez no ano e está longe de ser dos melhores do diretor. Mas imortalizou o número musical “Diamonds are a Girl’s Best Friend”. Em Blonde, a personagem aparece ao telefone argumentando que seu cachê deveria ser maior ou igual ao de Jane Russell, até pelo nome do filme.

07. Adorável Pecadora (Let’s Make Love, 1960), de George Cukor

Colocar um magnata mulherengo num espetáculo off Broadway para conquistar Marilyn Monroe me parece uma ideia que poderia render coisas interessantes, e Cukor se aproveita bem delas. Conhecido diretor de atrizes, Cukor compõe uma personagem inteligente e espirituosa a partir da caracterização de Norman Krasna, o roteirista. Yves Montand está ótimo como o magnata, para o qual empresta um charme irresistível, e seus assistentes foram brilhantemente escalados. Talvez empate com o filme de Hawks que o antecede no ranking, mas o critério de desempate, a caracterização da personagem e a atuação de Marilyn, favorece Cukor.

06. O Rio das Almas Perdidas (River of No Return, 1954), de Otto Preminger

O grande Preminger junta Marilyn Monroe a Robert Mitchum num western esquisitão que ele não queria dirigir. Como sempre acontece, muitos críticos já tomam o filme como ruim por esse motivo, mas estão errados. É certamente antiquado, as relações entre homens e mulheres se aproximam mais do tempo das cavernas do que de hoje, um filme em que Preminger luta para imprimir sua marca. Mas como acontece por vezes, essa luta resulta em algo bem estranho, e essa estranheza dá algumas ligas. Fora que é sempre um prazer ver o trabalho do diretor com o espaço do enquadramento scope, que ele dominava como poucos.

05. Torrentes de Paixão (Niagara, 1953), de Henry Hathaway

Uma das mais bem-sucedidas obras de Hathaway mostra Marilyn, em seu primeiro e melhor filme de 1953, com uma evolução artística de sua personagem em Almas Desesperadas. Desta vez, ela tem consciência de sua beleza, e arquiteta o assassinato do próprio marido. O subestimado Hathaway faz um ótimo uso da paisagem das cataratas e das entranhas por onde os turistas passam, e faz um suspense da água e da luz. Destaques para um assassinato entre sinos e para o barco à deriva, duas cenas hitchcockianas.

04. Quando a Mulher Peca (Clash by Night, 1952), de Fritz Lang

Marilyn é o quarto nome nos créditos, mas rouba cada cena em que aparece, com destaque para o leve soco que dá no queixo de Paul após dizer que achava Robert Ryan atraente e excitante. Como Peggy, uma jovem inteligente bem distante da persona que Hawks e Wilder ajudaram a construir para ela, Marilyn demonstra, numa troca de olhares com seu namorado no filme, que ela podia fazer muito mais.

03. O Inventor da Mocidade (Monkey Business, 1952), de Howard Hawks

Qual é o critério para considerar um filme para esta lista? A princípio seria necessário que Monroe o protagonizasse, mesmo que em companhia de algum ator. Mas é fato que se sua participação for razoável o bastante para chamar a atenção do público, ela acaba roubando as cenas em que está. Não acontece diferente aqui, em que interpreta a secretária ingênua de Cary Grant.

02. O Pecado Mora ao Lado (The Seven Year Itch, 1955), de Billy Wilder

Hawks é um dos maiores gênios do cinema, mas foi com Wilder que Marilyn fez seus melhores filmes. Nem precisava da cena em que sua saia levanta quando o metrô passa, apesar de ter ficado o emblema. Existem muitas outras de antologia, como ela tocando o “bife” ao piano junto com Tom Ewell ou colocando as pernas no ar-condicionado, ou a safadeza de Wilder na realização de gags visuais dignas de Frank Tashlin.

01. Quanto Mais Quente Melhor (Some Like it Hot, 1959), de Billy Wilder

Começa com um dos massacres mais famosos do universo dos gangsters, o do dia de St. Valentine. Daí em diante é só graça e malícia pelos talentos de Marilyn, Toni Curtis e Jack Lemmon. Wilder e I.A.L. Diamond citam Scarface e outros filmes do gênero, além de colocar seus atores e atriz em situações engraçadíssimas. Estava em grande fase esse diretor. Seu filme seguinte seria Se Meu Apartamento Falasse (The Apartment, 1960).

Texto escrito pelo crítico e professor de cinema Sérgio Alpendre, especialmente para o Leitura Fílmica.

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