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30 grandes surpresas do Belas Artes à la Carte

Desenho de um casal escolhendo pratos à la carte em um restaurante com cartazes de filmes na parede

O catálogo da Belas Artes à la Carte é muito grande, cheio de grandes filmes de diretores consagrados e já muito procurados pelos cinéfilos. Filmaços de Hitchcock, John Ford, Akira Kurosawa, Kenji Mizoguchi, Ozu, Jean Renoir, Visconti, Bergman, Fellini ou Howard Hawks, entre outros (veja lista no final), se vendem sozinhos, sem precisar desta lista.

Por esse motivo, escolherei especialmente filmes de cineastas menos conhecidos, que não sejam fáceis de serem encontrados na internet (como Limite, de Mário Peixoto, filme essencial, mas facilmente acessível, como os mudos de Murnau), ainda que a distância entre um Claude Chabrol (presente na lista) e um Luis Buñuel (deixado de fora) não seja tão grande. Foi, contudo, um trabalho muito difícil diante do tamanho do catálogo, e alguma linha precisava ser traçada.

Fica o convite para o usuário da plataforma se aventurar na descoberta desses grandes filmes escolhidos aqui, mas também se perder nas revisões dos cânones do cinema, que o são por terem vencido a barreira do tempo.

01. Narciso Negro (Black Narcisus, 1947), de Michael Powell e Emeric Pressburger

+ Os Sapatinhos Vermelhos (The Red Shoes, 1948)

+ Neste Mundo e no Outro (A Matter of Life and Death, 1946)

Três obras-primas da dupla de cineastas e produtores que brilhou no cinema britânico dos anos 1940 e início dos 50.

02. Uma Página de Loucuras (Kurutta Ippeji, 1926), de Teinosuke Kinugasa

Este tem no Youtube, mas quem iria procurar sem uma indicação? Poucos. Fica aqui então a recomendação deste filme absurdamente belo e intenso. (Leia a crítica)

03. Marketa Lazarova (1967), de Frantisek Vlacil

De um diretor menos conhecido da nouvelle vague tcheca, este filme marca uma faceta mais histórica da filmografia local.

04. O Atalante (L’Atalante, 1934), de Jean Vigo

+ Zero de Conduta (Zéro de conduite, 1933)

De um diretor que morreu jovem e ainda não tem o reconhecimento que merece, apesar de ser razoavelmente conhecido na cinefilia brasileira graças a Paulo Emílio Salles Gomes.

05. Cupido é Moleque Teimoso (The Awful Truth, 1937), de Leo McCarey

+ O Diabo a Quatro (Duck Soup, 1933) de Leo McCarey

Cineasta um pouco esquecido, mas brilhante, da década cinematograficamente mais subestimada do século 20. O segundo filme é com os Irmãos Marx.

06. As Oito Vítimas (Kind Hearts and Coronets, 1949), de Robert Hamer

O grande filme dos estúdios Ealing, um dos mais celebrados do Reino Unido, tem Alec Guiness interpretando os oito personagens do título brasileiro. Imperdível.

07. A Morte de um Burocrata (La Muerte de un Burocrata, 1966), de Tomás Gutierrez Alea

Uma das comédias políticas mais impressionantes e engraçadas da história do cinema, por um diretor que levantaria altos voos políticos mais adiante.

08. Carta de uma Desconhecida (Letter from an Unknown Woman, 1948), de Max Ophuls

+ A Ronda (La Ronde, 1950)

Com Carta de uma Desconhecida, Ophuls anunciava a impressionante fase final de sua carreira, iniciada de fato na França com A Ronda.

09. Sangue de Pantera (Cat People, 1942), de Jacques Tourneur

Tourneur era conhecido como uma espécie de Rei do filme B, mas na verdade era muito mais que isso: um dos maiores inventores de formas da Hollywood clássica.

10. O Conto do Czar Saltan (Skazka o tsare Saltane, 1966), de Aleksandr Ptushko

Graças a ousadia de colocar um filme de Ptushko no catálogo, o usuário terá contato com algumas das imagens mais belas do cinema mundial. Que venham outros, principalmente Sadko e Flor de Pedra.

11. A Morte num Beijo (Kiss Me Deadly, 1955), de Robert Aldrich

Primeiro grande filme de um dos diretores mais subestimados do pós-guerra. Segundo Jean-Baptiste Thoret, este filme é uma das principais matrizes para o cinema americano dos anos 1970. (leia a crítica)

12. O Canto do Mar (1953), de Alberto Cavalcanti

Provavelmente este seja o maior filme de Cavalcanti, levando em conta toda sua carreira, incluindo os filmes europeus.

13. Caça às Borboletas (1992), de Otar Iosseliani

+ Os Favoritos da Lua (1984)

+ Quando as Folhas Caem (1966)

+ Os Bandoleiros (1996)

Com quatro filmes do excelente Iosseliani, o espectador tomará conhecimento de um dos cineastas mais originais e fascinantes do cinema moderno.

14. Charada (Charade, 1963), de Stanley Donen

Se há um filme para o qual o adjetivo “charmoso” cai perfeitamente, este filme é Charada. (leia a crítica)

15. Orfeu (Orphée, 1950), de Jean Cocteau

Magia e poesia andando de mãos dadas por cortesia de um verdadeiro poeta das imagens.

16. Curva do Destino (Detour, 1945), de Edgar G. Ulmer

Noir com um humor inusitado que antecipa o cinema de David Lynch em pelo menos 40 anos. (leia a crítica)

17. Anjos de Cara Suja (Angels With Dirty Faces, 1938), de Michael Curtiz

Curtiz sempre foi um diretor subestimado, talvez porque filmasse muito, talvez pelo estilo modesto. Mas foi um grande diretor e este é um de seus melhores filmes.

18. Os Filhos de Hiroshima (1952), de Kaneto Shindo

Ótimo filme de um dos discípulos mais talentosos de Mizoguchi.

19. Eva (Eve, 1962), de Joseph Losey

Losey na Inglaterra, no meio de sua fase mais brilhante (1959-1964).

20. O Chicote e o Corpo (1963), de Mario Bava

Bava já foi chamado, com boa dose de justiça, de “Visconti do horror”. Este é um de seus melhores filmes.

21. Cavadoras de Ouro (Gold Diggers of 1933, 1933), de Mervyn LeRoy

Típico filme da chamada era pre-code, com transparências nos figurinos e angulações safadas da câmera. É um dos melhores musicais do período.

22. O Dia em que a Terra Parou (The Day the Earth Stood Still, 1951), de Robert Wise

Talvez seja bem divertido rever hoje este filme esquecido do injustiçado Wise.

23. O Tempo é uma Ilusão (It Happenned Tomorrow, 1944), de René Clair

Deliciosa fantasia de Clair sobre um homem que podia prever o que aconteceria no dia seguinte.

24. Mortalmente Perigosa (Gun Crazy, 1949), de Joseph H. Lewis

Ao mesmo tempo um filme que deve ao noir e uma antecipação de Bonnie & Clyde. (leia a crítica)

25. Os Assassinos (The Killers, 1946), de Robert Siodmak

Um dos filmes mais impressionantes de um dos melhores diretores do ciclo noir dos anos 1940 e 50.

26. Quando Papai Saiu em Viagem de Negócios (1985), de Emir Kusturica

Com Underground e Vida Cigana, este é o grande filme de Kusturica, diretor que hoje parece meio subvalorizado.

27. A Caixa de Pandora (1929), de Georg Wilhelm Pabst

O reinado de Louise Brooks se confirma com este filme que permanece muito belo conforme o tempo passa. (leia a crítica)

28. Senhorita Júlia (Fröken Julie, 1951), de Alf Sjoberg

Strindberg traduzido para o cinema por um diretor que deveria ser mais conhecido.

29. O Pássaro com Plumas de Cristal (L’Uccello dalle Piume di Cristallo, 1970), de Dario Argento

Primeiro filme do grande Argento, que em poucos anos iria enfileirar algumas obras geniais no cinema de gênero. (leia a crítica)

30. Mahler, Uma Paixão Violenta (Mahler, 1974), de Ken Russell

O loucão Russell no último filme de sua melhor fase. Depois deste, a loucura iria dar a volta e se tornar apenas uma calculada aposta no choque.

Hors concours

Foram declarados hors concours, por serem mais conhecidos e procurados por cinéfilos ou por serem facilmente encontrados, os filmes dos seguintes diretores com filmes presentes no catálogo da Belas Artes:

  • Alfred Hitchcock
  • Akira Kurosawa
  • Alain Resnais
  • Andrei Tarkovski
  • Bernardo Bertolucci
  • Billy Wilder
  • Carl Theodor Dreyer
  • Charles Chaplin
  • Claude Chabrol
  • David W. Griffith
  • Dziga Vertov
  • Eduardo Coutinho
  • Elia Kazan
  • Eric Rohmer
  • Ernst Lubitsch
  • F.W. Murnau
  • Federico Fellini
  • Frank Capra
  • Fritz Lang
  • George A. Romero
  • George Cukor
  • Howard Hawks
  • Ingmar Bergman
  • Jacques Rivette
  • Jean Renoir
  • John Ford
  • Joseph L. Mankiewicz
  • Luchino Visconti
  • Luis Buñuel
  • Kenji Mizoguchi
  • Marcel Carné
  • Mario Monicelli
  • Mario Peixoto
  • Milos Forman
  • Orson Welles
  • Otto Preminger
  • Roberto Rossellini
  • Roman Polanski
  • Sergei Eisenstein
  • Stanley Kubrick
  • Vincente Minnelli
  • Yasujiro Ozu

Não conhece alguns destes? Então, trate de conhecer, pois são essenciais.

Texto escrito pelo crítico e professor de cinema Sérgio Alpendre, especialmente para o Leitura Fílmica

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