A quarta edição da mostra Faróis do Cinema, que será realizada na CAIXA Cultural Rio de Janeiro de 27 de agosto a 8 de setembro de 2024, é um evento dedicado exclusivamente a diretoras de cinema. Este ano, a mostra se concentra em cineastas brasileiras de várias gerações, exibindo 12 longas-metragens dirigidos por elas, além de outros 11 longas e quatro curtas que as cineastas indicaram como seus “faróis”, ou seja, obras que as inspiraram e foram fundamentais na formação de suas perspectivas cinematográficas. A curadoria do evento é de Mariana Bezerra Cavalcanti, e a mostra conta com o patrocínio da Caixa Econômica Federal e do Governo Federal. Todas as sessões e atividades extras serão gratuitas.
A proposta da mostra é explorar as fontes de inspiração e os diálogos internos entre a diretora e a espectadora que coabitam em cada cineasta. A ideia surgiu da série de postagens “Faróis”, do DocBlog, mantido pelo crítico de cinema Carlos Alberto Mattos no portal O Globo.
Os faróis
A mostra será inaugurada por Susanna Lira no dia 27 de agosto, com a pré-estreia de Fernanda Young, foge-me ao controle, seguido pela exibição de seu “farol”, o documentário Cabra Marcado para Morrer (1984), de Eduardo Coutinho. Cada cineasta participante indicou uma obra que foi significativa em sua jornada artística. Por exemplo, Aída Marques, diretora de Agudás – Os Brasileiros do Benin, escolheu Hiroshima Meu Amor (1959), de Alain Resnais, como seu farol. Ana Maria Magalhães, diretora de Mangueira em dois tempos, indicou Viver a Vida (1962), de Jean-Luc Godard. A diretora Beth Formaggini, responsável por Xingu Cariri Caruaru carioca, escolheu Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964), de Glauber Rocha.
Outras cineastas incluem Clarissa Campolina, que apresentou seu filme Enquanto Estamos Aqui junto com seu farol, Iracema, uma transa amazônica (1975), de Jorge Bodanzky e Orlando Senna. Helena Ignez exibirá seu filme A Alegria é a Prova dos Nove ao lado de Quanto Mais Quente Melhor (1959), de Billy Wilder. Laís Bodanzky, diretora de Como Nossos Pais, escolheu A Hora da Estrela (1985), de Suzana Amaral. A cineasta Luciana Bezerra, codiretora de A Festa de Léo, indicou quatro curtas de Kleber Mendonça Filho como seus faróis. Marina Meliande, com o filme Mormaço, escolheu O Bandido da Luz Vermelha (1968), de Rogério Sganzerla. Patrícia Niedermeier, codiretora de Salto no Vazio, indicou As Praias de Agnès (2008), de Agnès Varda. Tetê Moraes, diretora de O Sol – Caminhando contra o vento, escolheu A Dupla Jornada (1975), de Helena Solberg. Theresa Jessouroum, diretora de O Corpo é Nosso!, indicou Adeus América (2016), de Sergio Oksman.
Atividades extras
Além das exibições de filmes, a mostra contará com várias atividades extras, incluindo bate-papos com as cineastas participantes. Estes serão mediadas pelos críticos de cinema Leonardo Luiz Ferreira e Carlos Alberto Mattos, proporcionando ao público a oportunidade de dialogar diretamente com as diretoras sobre seus processos criativos. No dia 4 de setembro, Mattos e Mariana Bezerra Cavalcanti realizarão uma palestra sobre a história da mostra, destacando suas edições anteriores desde sua fundação em 2010. No dia 31 de agosto, a cineasta Clarissa Campolina conduzirá uma oficina, limitada a 25 participantes e destinada a maiores de 16 anos, para discutir a criação cinematográfica. A oficina abordará a integração entre conteúdo e forma no cinema, explorando a produção de filmes com base em estudos de caso.
A mostra Faróis do Cinema foi criada em 2010 por Marcelo Laffitte e Mariana Bezerra Cavalcanti, inspirada no blog de Carlos Alberto Mattos, e desde então, se estabeleceu como um importante evento de celebração do cinema brasileiro. A primeira edição foi dedicada ao documentário brasileiro, enquanto as subsequentes exploraram a ficção e o documentário de forma mais ampla. A mostra também foi adaptada para a televisão em 2015, com um programa no Canal Brasil, que discutia as influências e admirações dos cineastas brasileiros.
Faróis do Cinema não é apenas uma mostra de filmes; é uma celebração das vozes femininas no cinema brasileiro e das inspirações que moldaram suas trajetórias. A edição de 2024 reflete o crescente reconhecimento das cineastas brasileiras e oferece uma plataforma para que suas histórias e perspectivas sejam compartilhadas com um público mais amplo, destacando o papel crucial que essas diretoras desempenham na formação do cinema nacional.
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Serviço:
Mostra Faróis do Cinema – Mulheres Cineastas
Local: CAIXA Cultural Rio de Janeiro – Unidade Passeio
Endereço: Rua do Passeio, 38 – Centro (Metrô e VLT: Cinelândia)
Telefone: (21) 3980-3815
Data: de 27 de agosto a 8 de setembro de 2024 (terça-feira a domingo)
Horários: Consultar a programação
Mais informações no site do CAIXA Cultural.