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A Floresta Maldita (filme)
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A Floresta Maldita

Avaliação:
4/10

4/10

Crítica | Ficha técnica

A Floresta Maldita”: Suspense substituído por sustos

A interessante história de “A Floresta Maldita” não rendeu todo o seu potencial e resulta apenas em mais um daqueles filmes de terror com muitos sustos, mas pouco suspense.

Sara (Natalie Dormer) viaja às pressas para o Japão após descobrir que suar irmã gêmea Jess, que trabalhava lá como professora, está desaparecida. Suspeita-se que ela tenha se suicidado, porque partiu para a floresta Aokigahara, local para onde os velhos e doentes eram levados para morrer, há muito tempo atrás. Agora, dizem que há fantasmas nessa mata e que quem se sente deprimida acaba sendo conduzida a se matar por ali.

Aiden (Taylor Kinney), um jornalista que busca estórias para escrever, se oferece para acompanhar Sara na floresta, com a condição de poder escrever sobre ela. Como o risco de se perder na floresta é muito alto, eles se juntarão ao guia local Michi (Yukiyoshi Ozawa), em uma das suas caminhadas pela floresta em busca de pessoas desaparecidas.

Uma vez dentro de Aokigahara, encontram pertences de Jess, mas, como anoitece, o guia insiste que retornem no dia seguinte. Sara teima em permanecer, e Aiden fica também. Então, Michi os deixa sozinhos. À noite, os pesadelos que Sara já costumava ter se tornam cada vez mais concretos, e ela não consegue distinguir o sonho do real.

Análise

“A Floresta Maldita” é um filme irregular, provavelmente por ser o trabalho de estreia do diretor Jason Zada. Começa bem, relatando em rápidas sequências não lineares o que Sara está fazendo, por quê e quem ela é. Acerta. também. ao empregar imagens de casas e mulheres japonesas, ícones dos filmes de terror clássicos do Japão, para provocar sustos.

Porém, exagera na quantidade dessas cenas de susto, a maioria decorrentes de sonhos da protagonista, que, para piorar, acorda como se não tivesse muito medo. Há cenas forçadas, como a que Sara está no hotel e, no meio da madrugada, resolve sair pelo corredor, sem que se saiba por quê, e se assusta com uma senhora idosa.

O diretor Jason Zada

Jason Zada mostra que ainda é uma incógnita na direção. Utiliza eficientemente os recortes de planos na cena em que Sara está gritando dentro de um poço numa caverna, ilustrando que seu grito de socorro vai perdendo a força conforme os planos se distanciam, culminando no silêncio da floresta em uma tomada aérea. Mas, contraditoriamente, Aiden logo aparece seguindo seu chamado de ajuda. Esse recurso de contrapor planos abertos e fechados foi mal-empregado no momento em que Sara está só, fugindo de Aiden. O plano fechado, com câmera trêmula, mostra como a floresta é claustrofóbica e Sara se movimenta como se estivesse num labirinto. Contudo, Zada insere um plano aberto de vista aérea da floresta, estragando essa sensação.

A falta de experiência o diretor provoca um efeito minguante de expectativa. Quando o grande segredo da trama é revelado, o filme parte para um grand finale tímido, justamente quando se espera que tudo termine de forma explosiva, como em clássicos do gênero. Como, por exemplo, “Poltergeist, o Fenômeno” (Poltergeist, 1982) e “Carrie, a Estranha” (Carrie, 1976). E, por falar, nesse filmão de Brian de Palma, repete-se aqui o recurso do susto final, sem o mesmo efeito.

Sustos e mais sustos

Em “A Floresta Maldita” não há muita violência, cenas de sangue jorrando ou artifícios desse tipo. O medo é provocado por assombrações, na forma de sustos apenas. Sua história, bem construída sobre um fundo psicológico, é coerente e poderia ter resultado em um grande filme se buscasse o caminho do suspense. Há um segredo muito interessante que, quando revelado, faz todo o sentido na trama. No entanto, isso não foi bem aproveitado. E, quase que uma linha do diálogo entre Sara e Aiden no bar entrega a revelação sem querer. Se isso tivesse acontecido, o filme seria um desastre total.

Por fim, resta o interesse dos fãs de “Game of Thrones” em ver a atriz Natalie Dormer – a Margaery Tyrell da série – interpretando o papel das gêmeas Sara e Jess, essa com cabelos mais escuros.


Ficha técnica:

A Floresta Maldita (The Forest, 2016) 93 min. Dir: Jason Zada. Rot: Nick Antosca, Sarah Cornwell, Ben Ketai. Com Natalie Dormer, Taylor Kinney, Yukiyoshi Osawa, Eoin Macken, Stephanie Vogt, Noriko Sakura, Jozef Aoki, Yûho Yamashita, Terry Diab, Yuriri Naka, Rina Takasaki.

Assista: Natalie Dormer fala sobre “A Floresta Maldita”

Onde assistir:
A Floreta Maldita (filme)
A Floreta Maldita (filme)
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