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A Lavanderia (filme)
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A Lavanderia

Avaliação:
7/10

7/10

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Crítica | Ficha técnica

A Lavanderia mistura ficção e realidade para tratar de forma didática um assunto complexo em um ritmo frenético. O diretor Steven Soderbergh segue aqui um pouco do formato que se transformou em marca autoral do cineasta Adam McKay em A Grande Aposta (2015) e Vice (2018).

O tema de A Lavanderia envolve mercado financeiro e política, como naqueles dois filmes de Adam McKay, mostrando o que há de mais podre nesse meio. O título se refere a lavagem de dinheiro e o filme traz à tona os esquemas fraudulentos envolvendo empresas de fachada criadas a rodo em paraísos fiscais.

Soderbergh imprime modernidade em A Lavanderia no retrato dos dois sócios da Mossack Fonseca, uma das corporações que arranjam esses esquemas. Eles são interpretados por Gary Oldman e Antonio Banderas, que quebram a quarta parede e explicam diretamente aos espectadores como essas fraudes funcionam.

Além disso, para não deixar que o filme fique com cara de documentário, o roteiro apresenta uma linha ficcional cm Meryl Streep interpretando Ellen Martin. Ela é uma mulher que perde seu marido em um acidente em um passeio de barco. Sua tentativa de obter uma indenização do seguro da empresa que vendeu o programa turístico é frustrada porque a apólice pertencia a uma empresa fantasma, fruto desses esquemas de fachada.

Coadjuvantes em excesso

Mas o filme peca ao se afastar dessa personagem, que volta a aparecer apenas de forma intermitente, entre outras sequências mais didáticas. Então, essas sequências ilustrativas trazem variados coadjuvantes que não recebem o tempo necessário para serem devidamente construídos. Como resultado, os espectadores não conseguem se identificar com eles, às vezes sequer reconhecê-los.

Dessa forma, A Lavanderia se torna bem enfadonho em alguns momentos. Aliás, a única coisa que evita o público de perder o interesse pelo filme são as intervenções da dupla Goldman e Banderas. E as presenças dos atores Sharon Stone e David Schwimmer.

A parte final, no entanto, guarda uma surpresa que deixa uma boa impressão sobre A Lavanderia, principalmente por conter a declaração real da pessoa que teve coragem de vazar informações confidenciais que ajudaram a revelar esses esquemas. E, ainda, consegue amarrar brilhantemente os relatos documental e ficcional.

Acima da sua discutível eficácia como entretenimento, A Lavanderia é um filme importante, que deve ser visto por todos. Traz ao público os esquemas fraudulentos que causam enorme prejuízo a todos. Um dano tão presente que nos afeta diretamente, pois o filme discute a brasileira Odebrecht como um dos maiores exemplos desses golpes. Quem sabe o filme inspire outras atitudes como a de Ellen Martin.

 

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