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Alemão (filme)
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Alemão

Avaliação:
6/10

6/10

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Crítica | Ficha técnica

Alemão (2014) aproveita o sucesso de bilheteria nacional de Tropa de Elite (2007) e sua sequência de 2010. Inclusive, escala um dos atores desses filmes, o talentoso Milhem Cortaz, novamente como um policial. Além disso, a trama acontece nas favelas cariocas. O longa é oportuno, também, por aproveitar o reboliço da época, por causa dos Jogos Olímpicos do Rio, que aconteceriam em 2016. Uma das maiores preocupações de todos os envolvidos no evento era quanto à segurança na cidade sede, o que levou à ocupação do Morro do Alemão em 2010, fato que serve como pano de fundo para o enredo do filme.

Em Alemão, o reinado do chefão do crime na região, o Playboy (Cauã Reymond), está ameaçado pela iminente invasão policial para implantação de UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora). Então, quando ele coloca as mãos em documentos que revelam quem são os policiais infiltrados na comunidade, ele ordena que sua quadrilha inicie uma busca pela favela para encontrá-los e matá-los. Assim, na maior parte do filme, acompanhamos a perspectiva desses cinco policiais que se escondem no subsolo de uma pizzaria.

O roteiro se preocupa em apresentá-los individualmente, antes de se reunirem nesse local. Assim, conhecemos cada um deles, e suas características pessoais. É importante dizer que nem todos são profissionais de conduta imaculada: um se envolve com jogos, outro tem uma namorada na comunidade… O único que parece mais inocente é o jovem Samuel (Caio Blat), que é o filho do delegado Valadares (Antônio Fagundes), o responsável pela invasão do morro. Com os policiais devidamente apresentados, a trama se desenvolve num crescendo de tensão, pois é inevitável que os bandidos os encontrem.

Conclusão frustrante

No entanto, o grande clímax do embate final demora um pouco demais para acontecer. O diretor José Eduardo Belmonte, neste seu sexto longa, deixa essa tensão se afrouxar, com algumas explicações desnecessárias. Por exemplo, quando confirma verbalmente que Samuel é filho de Valadares, pois o espectador já tinha deduzido isso pela foto com os dois juntos. Ou quando os bandidos comentam que um dos policiais tem um ponto fraco porque se apaixonou por uma mulher da comunidade, e a cena corta para esse policial específico, que já vimos ao lado da namorada.

E, o embate final também frustra o espectador. Primeiro, porque começa com um rap que empresta à cena uma inadequada aproximação com um videoclipe, mais estilizado do que brutal. Em seguida, quando ocorre o confronto a tiros, os cortes são tão rápidos que não conseguimos entender o que acontece. Com isso, as mortes ficam banalizadas, desperdiçando momentos preciosos de alta dramaticidade.

Enfim, pelo menos, um ponto positivo encontramos nessa conclusão. E se trata de colocar duas mulheres como únicas sobreviventes, revelando a ideia, também sentida durante o filme, de que os homens representam a causa da violência, enquanto as mulheres simbolizam o amor – seja da namorada, seja da mãe.

Assim, Alemão possui um belo desenvolvimento, com tensão crescente e alternância entre os pontos de vistas dos bandidos e dos policiais. No entanto, a conclusão é decepcionante.


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