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As Ladras (filme)
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As Ladras

Avaliação:
5/10

5/10

Crítica | Ficha técnica

Todos os elementos para As Ladras (Voleuses) dar certo foram assegurados. O material de base é a graphic novel “A Grande Odalisca”, de Bastien Vives, Florent Ruppert e Jérôme Mulot. O elenco principal (Adèle Exarchopoulos, Mélanie Laurent, Manon Bresch) esbanja charme e talento. De quebra, acrescenta Isabelle Adjani como coadjuvante de luxo. Além disso, Mélanie Laurent assume também a direção, função que ela já faz muito bem (como em O Baile das Loucas [Le Bal des Folles, 2021]).

No entanto, mais uma vez a Netflix reúne tudo isso e o resultado é pífio. Algo desregula esse mecanismo supostamente infalível. Seria falta de liberdade para os artistas? Ou pressão para filmar em prazo apertado? Enfim, um dia vamos descobrir o que atrapalha a maioria das obras desse grande estúdio.

Para começar, apesar desse material original francês, o que vemos na tela parece mais uma versão do crime de As Panteras (a série dos anos 1970 que foi adaptada mais de uma vez para o cinema). Em As Ladras, como título entrega, são três mulheres capazes de realizar roubos engenhosos, cada uma com sua especialidade.

A trama

No início, são apenas duas. A mais experiente Carole (Laurent) e sua parceira no crime, e na cama, Alex (Exarchopoulos). O prólogo, que parece filme de James Bond, traz a conclusão de uma missão. Repleto de ação, o trecho serve para apresentar as habilidades e as personalidades das protagonistas. E, em meio a uma fuga mirabolante, conversas sobre assuntos triviais (a briga com um namorado) para ilustrar que elas estão habituadas com essa vida.

Mas Carole descobre que está grávida, e quer parar de trabalhar. Como sempre acontece no mundo do crime, isso não é possível. Assim lhe informa a sua chefe Marraine (Adjani), e seus argumentos são violentos. Chegam a um acordo, um alto valor para a última missão, que se trata do roubo de um quadro valioso.

Para que não se arrisque fisicamente, Carole resolve contratar uma nova pessoa para atuar no campo em seu lugar. E quem entra para o grupo é Sam (Bresch), especialista no volante, que ainda passa por um treinamento de combate ministrado por Alex. Segue-se o planejamento e a execução do roubo e, entre voltas e reviravoltas (nenhuma surpreendente), e dois números de dança dispensáveis (obrigatórios no cinema médio contemporâneo, segundo nosso crítico Sérgio Alpendre), chegamos ao fim do filme.

Desperdício

A busca pela sofisticação de um James Bond se concentra numa improvável casa de campo camuflada por espelhos. Adèle Exarchopoulos ainda protagoniza uma luta corporal interessante, que começa com um flerte aos papeis mais quentes que ela já interpretou (como o recente Passagens [2023], de Ira Sachs). Mas As Ladras tem pouca sensualidade. E sobram piadas óbvias (sobre gravidez, sobre a inaptidão da nova parceira, e por aí vai), que não têm nenhuma graça. Nem sequer a seleção de músicas funciona, como a da última cena, a exaustivamente utilizada “Angel of the Morning”, de Juice Newton. O filme é, em suma, um enorme desperdício de esforço e talento.

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Ficha técnica:

As Ladras | Voleuses | 2023 | 116 min | França | Direção: Mélanie Laurent | Roteiro: Cédric Anger, Christophe Deslandes | Elenco:  Adèle Exarchopoulos, Mélanie Laurent, Manon Bresch, Isabelle Adjani, Félix Moati, Philippe Katerine, Ismaël Sy Savané, Alphonse Bourbeillon.

Distribuição: Netflix.

Onde assistir:
As Ladras (filme)
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