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Besouro Azul (filme)
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Besouro Azul

Avaliação:
7/10

7/10

Crítica | Ficha técnica

Com Besouro Azul (Blue Beetle), a DC acena para o público latino, em especial ao espectador mexicano. O diretor e a maior parte do elenco é latino-americano, incluindo a atriz brasileira Bruna Marquezine. Já as referências da cultura pop se concentram na mexicana (Chapolin, Maria do Bairro). Além disso, uma parte dos diálogos está em espanhol, e num momento mais emotivo, um dos personagens valoriza a dura vida dos imigrantes para ganhar a vida nos Estados Unidos. O direcionamento latino, embora motivado por interesses econômicos, vale um ponto a favor da DC, pois quebra a hegemonia americana nos filmes de super-heróis.

Mas a DC tem em mãos um personagem desconhecido, e a concorrente Marvel está sofrendo para emplacar novos nomes dentro de seu universo – Eternos (Eternals, 2021) comprova como esse processo é complicado. Tendo isso em conta, a DC acerta em lançar esse novo super-herói num tom menos sério. Besouro Azul apresenta a cafonice dos anos 1980 na sua direção de arte (o laboratório que parece uma batcaverna, uma nave em forma de besouro, o visual esfumaçado) e na música eletrônica (e até na canção que abre os créditos finais). Em alguns momentos, chega a parecer uma paródia, como na surpresa da avó revolucionária atirando nos inimigos com uma espécie de metralhadora.

Sem novidades no front

A comédia, de fato, impera no filme. Mas a história evita o pastiche, apesar de repetir a simbiose de Venom (2018) na origem do super-herói. Num dos momentos sombrios do longa, um besouro lendário entra no corpo do jovem Jaime Reyes (Xolo Maridueña), e gradualmente passa a se mesclar no seu sistema. Jaime, então, passa a ouvir a voz desse outro ser poderoso que agora divide seu organismo.

Da mesma forma, não é novidade que a ameaça vem de uma pessoa do mal que quer usar esse poder para construir armas destruidoras. Aqui a vilã é Victoria Kord (Susan Sarandon numa interpretação relutante), que assumiu à força a empresa do pai, que a havia deixado de fora da herança. Sua oponente é a sua sobrinha Jenny (Marquezine, que está muito bem), responsável por tirar o besouro das suas mãos. O detalhe tenebroso está no fato de que, agora, Victoria precisa matar Jaime para recuperar esse poder do besouro.

O que ajuda nesse viés cômico é a presença dos engraçados personagens que formam a família de Jaime. Eles ainda revelam a força da união familiar, contrastando com o antagonismo que existe entre Victoria e Jenny Kord. O sentimentalismo, igualmente, ganha ênfase nessa produção, que parece dar voz ao sofrimento de todos os povos latino-americanos, alheios que estão do melhor do primeiro mundo – até mesmo aqueles que vivem nos Estados Unidos.

Alguns senões

Por outro lado, esses aspectos positivos não escondem os defeitos de computação gráfica, que são usados em demasia e trazem uma artificialidade tremenda até mesmo em composições cotidianas, como a cidade fictícia onde acontece a história. Chamam a atenção, também, as cenas de ação pouco empolgantes, com poucos e confusos combates corporais, mais centradas em duelos de poderes, lembrando as trocas de golpes com raios de energia dos personagens de Pokemón. Além do mais, o favoritismo latino chega a extrapolar os limites do bom senso. É o que acontece, por exemplo, quando o super-herói poupa o oponente vilão ao acessar suas memórias. Indiretamente, o Besouro Azul o poupa porque descobre que ele também é latino (ou talvez de algum outro país pequeno colonizado).

Mas, esses senões não chegam a atrapalhar a diversão que esse filme proporciona ao seu público-alvo. Afinal de contas, somos latinos, certo?

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Ficha técnica:

Besouro Azul | Blue Beetle | 2023 | 127 min | México, EUA | Direção: Angel Manuel Soto | Roteiro: Gareth Dunnet-Alcocer | Elenco: Xolo Maridueña, Bruna Marquezine, Susan Sarandon, Becky G, Damián Alcázar, George Lopez, Adriana Barraza, Belissa Escobedo, Elpidia Carrillo, Harvey Guillén, Raoul Max Trujillo.

Distribuição: Warner.

Trailer aqui.

Onde assistir:
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