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Curso online sobre melodrama no cinema brasileiro, com David Terao

Curso: O Melodrama no Cinema Brasileiro
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A Escola no Cinema, com apoio do Espaço Itaú de Cinema, realiza o curso “O melodrama no cinema brasileiro: um panorama histórico”, do professor David Terao. As aulas online acontecem semanalmente, entre 17 de janeiro e 13 de março de 2024.

Sobre o curso

O melodrama é uma categoria essencial a ser pensada no cinema em todos os seus períodos e localidades. Modo fundamental do cinema norte-americano e principal gênero cinematográfico da América Latina, sua presença no cinema brasileiro, no entanto, é pouquíssimo abordada de maneira mais profunda para além de meras menções. Para isso, é necessário um trabalho retrospectivo sobre a história do cinema brasileiro que reúna títulos que possam ser considerados melodramas em diferentes épocas e contextos de produção para compreender a potência estética e política que carregam.

Assim, neste curso será feita uma revisitação do quanto as matrizes melodramáticas estruturaram diversas obras fundamentais do nosso cinema, desde os filmes de Humberto Mauro na transição do cinema silencioso para o falado, passando pelas grandes produções de estúdio como O Ébrio e Floradas na Serra, pelo cinema político de lágrimas de Eles Não Usam Black-Tie e por sucessos da Retomada para cá como Central do Brasil, Dois Filhos de Francisco e Que Horas Ela Volta?, discutindo não apenas o que faz desses filmes exemplares do melodrama no cinema brasileiro, mas sobretudo o que significa evocar essa forma de narração e encenação tão viva e potente para discutir a nação, as disputas identitárias e a cultura popular de um país continental e lacrimoso como é o Brasil.

Para isso, além do passeio histórico, o curso se valerá dos debates teóricos de diversos autores fundamentais para o entendimento não apenas da construção discursiva do melodrama, mas também da sua assimilação no cinema brasileiro.

Programação:
Aula 1:

O que é o melodrama e como ele entra no cinema brasileiro:

Breve introdução ao conceito de melodrama e comentário sobre o melodrama no período silencioso brasileiro do Ciclo de Recife a Humberto Mauro (década de 1920), de filmes como A Filha do Advogado; Jurando Vingar e Sangue Mineiro.

Aula 2:

O primeiro melodrama falado: De Cinédia a Vargas

Por que o melodrama não foi um gênero popular no Brasil como no resto da América Latina? Discussão sobre os primeiros filmes sonoros de Mauro na Cinédia como Ganga Bruta e O Ébrio, bem como os melodramas da Era Vargas como Argila e Aves Sem Ninho.

Aula 3:

O cinema industrial paulista

Observações sobre como o melodrama enfim é incorporado como gênero de destaque em um estúdio no cinema da Vera Cruz. Comentário sobre alguns filmes, dentre eles Floradas na Serra, Caiçara e Sinhá Moça.

Aula 4:

Cinema Novo: da recusa à apropriação do melodrama

As ambiguidades do Nuevo Cine Latinoamericano, rede de cineastas de esquerda latinoamericana no qual o Cinema Novo estava incluído, entre a recusa declarada ao melodrama e sua apropriação posterior em filmes como Toda nudez será castigada, Inocência e Eles não usam black-tie.

Aula 5:

“Retomada”: do melodrama literário-histórico ao melodrama social

Houve melodramas na “Retomada”? Inicialmente presente em adaptações literárias como O Viajante e Lavoura Arcaica, o melodrama no entanto se consolidou em sua forma social a partir de Central do Brasil.

Aula 6:

Anos 2000: a “imaginação melodramática” no documentário e as cinebiografias heroicas

Consolidando o melodrama definitivamente como um modo estruturante do cinema brasileiro recente, o cinema dos anos 2000 incorporou-o tanto em documentários como Jogo de Cena quanto em cinebiografias que emolduraram personalidades políticas e artísticas como heróis nacionais, tais como Zuzu Angel e Dois Filhos de Francisco.

Aula 7:

O melodrama contemporâneo brasileiro I: o desbunde do artifício e a denúncia das opressões

A partir da década de 2010, o melodrama é revisitado no cinema contemporâneo brasileiro tanto como elemento estético voltado para uma performance camp de vivências queer marginalizadas como em Inferninho e Greta quanto para narrativas de denúncia de opressões sociais a nível de raça, classe e gênero como em Que horas ela volta? e A vida invisível.

Aula 8:

O melodrama contemporâneo brasileiro II: reimaginando comunidades

Uma característica que merece atenção nos debates do cinema contemporâneo brasileiro é como a vivência de comunidades, sejam no âmbito da família, de bairros ou mesmo de cabarés, é repensada através do melodrama em suas dinâmicas de exclusão e inclusão em filmes como As Boas Maneiras, Paraíso Perdido e Marte Um.

Sobre o professor

David Ken Gomes Terao é doutorando do programa de Pós-graduação em Multimeios da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) com bolsa FAPESP, desenvolvendo pesquisa sobre a articulação entre políticas identitárias e melodrama no cinema contemporâneo brasileiro. É mestre na mesma instituição com pesquisa sobre o melodrama no cinema de Christian Petzold e graduado em Cinema e Audiovisual pela Universidade Federal do Ceará. Realizou os curtas metragens Passos Tortos (2014) e Casa do Barão (2015). Foi curador de mostras de audiovisual como a Mostra de Cinema de Gostoso e a Mostra Universitária de Curtas da UFG. Possui diversos textos e artigos publicados em periódicos e livros, dentre eles “Campinas, 100 anos de cinema”.

Realizou, pela Escola no Cinema, o curso “Um percurso pelo melodrama de Fassbinder”.


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