Deadpool 2 traz de volta às telas o super-herói mais politicamente incorreto que já existiu. A sequência comprova o retorno positivo que a Fox obteve ao arriscar em um filme de super-herói para adultos.
Ryan Reynolds novamente está na pele (deformada) do Deadpool. Aliás, o rosto desfigurado contribui para que ele convença como esse personagem imoral, boca suja e sem controle, que não combina com seu rosto de galã. O filme foi propositalmente pensado para ser classificado como “R”, ou seja, recomendado para quem tem mais de 18 anos.
O diretor desta sequência não é o mesmo do primeiro filme, dirigido por Tim Miller. Porém, não faz diferença, pois David Leitch, que fez carreira como dublê, mantém as características que deram certo em 2016. Rhett Reese e Paul Wernick, novamente, se responsabilizam pelo roteiro, desta vez ao lado de Ryan Reynolds. E nesse ponto, Deadpool 2 parece enfraquecido, porque sua trama principal soa batida demais, uma variação de O Exterminador do Futuro.
A trama
Desta vez, Deadpool precisa proteger Firefist, um garoto com superpoderes que é alvo de Cable, o supersoldado que volta do futuro para eliminá-lo. Dessa forma, ele evitará que Firefist provoque a morte de sua mulher e de sua filha. Então, Deadpool se reunirá com alguns membros do X-Men e recrutará um grupo de amadores para dar conta dessa missão. E o próprio Deadpool precisa superar a perda de uma pessoa especial em sua vida.
Deadpool 2 retoma as inúmeras referências ao universo pop, tão hilárias como o primeiro filme. Para isso, abusa da metalinguagem. O próprio protagonista narra o filme como se falasse diretamente com o público. Logo no início, comenta que os espectadores do cinema fizeram bem em não trazer as crianças, porque é extremamente violento. E, realmente, muitos membros vão rolar durante o filme.
Piadas com referências
São muitas as piadas sobre o próprio cinema. Deadpool provoca seu concorrente Wolverine, que também lançou um filme violento. Compara a canção de Frozen com a do filme Yentl, com Barbra Streisand. Os créditos iniciais contêm piadas ao invés dos nomes dos realizadores e parodia James Bond e até Flashdance. Entre as referências, destaca-se aquela que brinca com os diálogos nonsense de Quentin Tarantino, desta vez radicalizando com uma conversa de como limpar corretamente a bunda.
Além disso, Deadpool 2 possui muitas cenas de ação, que impressionam pela violência gratuita. Contudo, abusa demais do slow motion, tornando alguns momentos repetitivos. Mas, quando o ritmo é acelerado, funciona bem, com o herói comentando com humor esses trechos.
Enfim, não vale a pena relacionar as dezenas de piadas, o que importa ressaltar é que são hilariantes. Assim, Deadpool 2 mostra que, mesmo com uma trama nada original, a dupla de roteiristas ainda continua inspirada na criação de humor.
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Ficha técnica:
Deadpool 2 (Deadpool 2, 2018) EUA, 120 min. Dir: David Leitch. Rot: Rhett Reese, Paul Wernick, Ryan Reynolds. Elenco: Ryan Reynolds, Zazie Beetz, Brianna Hildebrand, Karan Soni, Morena Baccarin, T.J. Miller.
20th Century Fox
Trailer:
Assista: entrevista com diretor e elenco de Deadpool 2