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Era Uma Vez Um Gênio (filme)
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Era Uma Vez um Gênio

Avaliação:
7/10

7/10

Crítica | Ficha técnica

O diretor australiano George Miller comprova sua versatilidade em Era Uma Vez Um Gênio (Three Thousand Years of Longing). Seu nome continua fortemente ligado à franquia “Mad Max”, que ele lançou e sempre esteve à frente, desde o primeiro filme de 1979, embora tenha dirigido o tocante drama O Óleo de Lorenzo (Lorenzo’s OIl, 1992) e até os filmes infantis Babe, o Porquinho Atrapalhado na Cidade (Babe: Pig in the City, 1998), Happy Feet (2006) e Happy Feet 2 (2011).

Miller voltou à sua franquia famosa quando lançou Mad Max: Estrada da Fúria (Mad Max: Fury Road, 2015), ganhando reverência e, até uma discutível aura de diretor-autor. Mas cinema de autor não o caracteriza devidamente. Dentro da franquia “Mad Max”, obviamente, há inúmeros pontos comuns. Contudo, esse novo filme, que une fantasia e comédia, só se conecta com o seu As Bruxas de Eastwick (The Witches of Eastwick, 1987) – e apenas no tema.

Aladdin para adultos

Era Uma Vez Um Gênio é um conto de fadas para adultos, um Aladdin em nova versão. Baseia-se no livro “The Djinn in the Nightingale’s Eye”, de A.S. Byatt. Na trama, a acadêmica Alithea (Tilda Swinton) sem querer liberta um gênio (Idris Elba) que lhe oferece realizar três desejos em troca de sua liberdade. Mas, ao contrário dos personagens que ficam em dúvida sobre o que pedir, Alithea, satisfeita com sua vida solitária e dedicada aos estudos, não quer pedir nada. Afinal, ela conhece os enredos desse tipo de história, e sabe que um desejo pode trazer consequências desastrosas.  

E, diferente das movimentadas aventuras de Aladdin (2019), de Guy Ritchie, o filme de George Miller privilegia o storytelling (a contação de histórias). Daí vem o “era uma vez” do título nacional, assim como os “três mil anos de desejos” do original. A personagem principal Alithea é especialista em Narratologia e o roteiro apresenta o gênio relata os eventos que levaram a seus três aprisionamentos em uma garrafa. Com isso, o filme alinha essas fábulas em longas narrações, sem a pressa habitual das produções hollywoodianas. A intenção desse ritmo cadenciado é que o espectador absorva essas histórias e reflita sobre elas. Acompanham elaboradas imagens, recorrendo a efeitos visuais de computação gráfica para ilustrar esses contos que acontecem em tempos antigos, envolvendo personagens historicamente importantes. O formato escolhido resulta num filme denso.

Moral da história

Mas não podia faltar uma moral da história nesse conto de fadas. E Era Uma Vez Um Gênio apresenta uma mensagem principal universal e uma subsidiária atual. A universalidade está na ideia de que não se pode comprar o amor, ou obtê-lo através do desejo de um gênio, no caso. Já a nota atual alerta sobre a poluição da nossa sociedade, não só do ar, como do barulho e da mentalidade das pessoas. Na prática, o filme revela isso na sensibilidade do gênio que o faz sofrer ao chegar em Londres, onde vive Alithea, a ponto de impossibilitar sua existência no nosso mundo.

Parece que o longa caminha para um desfecho pessimista, para a ideia de que não há espaço para o amor em nossos tempos. Contudo, o enredo faz um bem-vindo contorno nessa conclusão, ao permitir que o amor verdadeiro, aquele que surge do convívio entre os dois protagonistas e não da magia, possa retornar, pelo menos, para algumas visitas.

Era Uma Vez Um Gênio pode parecer arrastado para quem está acostumado com o ritmo das grandes produções americanas. O filme carrega o mesmo problemas das antologias, ou seja, várias histórias num mesmo longa sem permitir a identificação com os múltiplos personagens delas. Mas é denso, como uma boa história deve ser.

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Ficha técnica:

Era Uma Vez um Gênio | Three Thousand Years of Longing | 2022 | 1h48 | Austrália, EUA | Direção: George Miller | Roteiro: George Miller, Augusta Gore | Elenco: Tilda Swinton, Idris Elba, Pia Thunderbolt, Berk Ozturk, Peter Bertoni, Lianne Mackessy.

Distribuição: Paris Filmes.

Trailer:
Trailer de “Era Uma Vez um Gênio”
Onde assistir:
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