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Eu Tonya (filme)
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Eu, Tonya

Avaliação:
8/10

8/10

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Crítica | Ficha técnica

Por trás das exibições artísticas das delicadas patinadoras no gelo, existe muita competição. E Eu, Tonya mostra o que aconteceu quando a norte-americana Tonya Harding acabou se envolvendo numa trama onde a disputa pela medalha de outro nas Olimpíadas de 1994 se transformou num jogo sujo.

A história

Com talento natural e muita dedicação, Tonya alcançou um nível técnico insuperável no seu auge, a única patinadora capaz de realizar um salto triplo em suas apresentações. A falta de delicadeza, e seu perfil nada refinado, porém, tiravam-lhe pontos nas competições. Mesmo assim, conseguiu ir para as Olímpiadas de 1992, onde conquistou o 4º lugar.

Assim, era uma das favoritas para a edição de 1994. Até que seu marido, Jeff Gillooly, resolveu intervir para ajudá-la a superar a rival conterrânea Nancy Kerrigan. Ele planejou enviar cartas de ameaça para Nancy a fim de desestabilizá-la emocionalmente, e contratou Shawn, o guarda-costas de Tonya, para o serviço. O problema é que Shawn achou melhor quebrar o joelho da concorrente, para garantir o resultado do esquema. Como resultado, Tonya acabou punida pelo crime.

Tonya nasceu em Portland, no estado de Oregon, no noroeste dos Estados Unidos, onde vivia com a mãe, LaVona, uma mulher rude, de vida instável, que viria a se casar seis vezes. Tonya foi levada ao ringue de patinação por LaVona, que a castigava fisicamente com frequência. Isso marcou a patinadora para sempre, que refletia a educação torta em seus modos rudes e grosseiros. Para piorar, Tonya casou-se cedo com Jeff, que batia nela também, apesar de ela revidar.

Direção

O diretor Craig Gillespie consegue imprimir veracidade ao relato real de Tonya Harding. Um recurso interessante para isso é fazer as personagens falarem diretamente para a câmera no final de cada sequência de flashback, aproximando o espectador da trama. Ademais, Gillespie vence o desafio de trazer a emoção do esporte para dentro de um filme, o que não é tarefa simples, já que é uma reprodução e não é ao vivo. Melhor ainda, transmite o que sente a própria competidora, no caso, Tonya.

Nesse sentido, é excelente o trabalho de câmera que acompanha os rodopios da patinadora nas competições. Ademais, emociona a cena em que Tonya vibra ao finalmente acertar o salto triplo durante um torneio americano. Por outro lado, o rápido travelling saindo da casa de Tonya, ao som de “Goodbye Stranger”, do Supertramp, demonstra o esforço de Gillespie em evitar que o filme se torne um documentário.

Elenco

Além disso, merecem atenção as atuações dos atores. Margot Robbie se despe do glamour da Naomi de O Lobo de Wall Street (2013) e da excentricidade da Arlequina de Esquadrão Suicida (2016), e fica feia para viver Tonya Harding. Ela, como Charlize Theron em Monster: Desejo Assassino (2003), precisa se esforçar para viver uma personagem que não é bonita, nem sensual. Mas, o talento interpretativo de Robbie supera o desafio. De fato, isso se confirma na cena em que ela olha para a câmera, que faz as vezes de um espelho, enquanto se maquia para sua última competição, chorando por tudo o que lhe aconteceu.

Outra grande performance é a de Allison Janney, no papel da mãe de Robbie. LaVona personifica uma típica vilã, que parece caricatura. Porém, ela era assim mesmo, como comprovam as cenas reais exibidas nos créditos finais.Outros vilões, ainda que mais por inconsequência do que por intenção, são Jeff e Shawn, interpretados por Sebastian Stan e Paul Walter Hauser. Todos esses maus-caráteres fazem os espectadores sentirem raiva deles. Ou sejam, funcionam.

Eu, Tonya expande para o grande público essa história impressionante em um filme muito bem realizado, com direção e atuações acima da média. Com isso, mostra que más companhias, familiares ou amigos, podem estragar a vida de uma pessoa talentosa e dedicada.


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