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Extraordinário (filme)
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Extraordinário

Avaliação:
7/10

7/10

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Crítica | Ficha técnica

Quem resolve assistir Extraordinário já sabe de antemão que irá chorar muito. E, sendo um bom exemplar de drama edificante, aos dez minutos você já terá derramado algumas lágrimas. Afinal, a primeira parte é contada em primeira pessoa pelo próprio Auggie (Jacob Tremblay), um menino com defeitos na face que enfrenta pela primeira vez uma escola de verdade. Ele ingressa no 5º ano, após sempre ter estudado em casa com a mãe Isabel (Julia Roberts).

Isabel e seu marido Nate (Owen Wilson) sabem do alto risco de Auggie sofrer bullying dos colegas, mas acreditam que chegou a hora de ele enfrentar o mundo. E, de fato, o menino precisará encarar esse e outros desafios até conquistar algumas amizades. Em paralelo, sua irmã mais velha, Via (Izabela Vidovic), sofre por falta de atenção na família e por sua melhor amiga lhe virar as costas.

A direção

A carreira ainda curta do diretor Steven Chbosky indica uma mão muito sensível, mostrada também em As Vantagens de Ser Invisível (2012). Nesses dois filmes, Chbosky se preocupa com aqueles que não se adaptam facilmente ao convívio social, seja por motivos físicos ou psicológicos. Os momentos de amadurecimento do personagem principal dos dois filmes são retratados como pontos de virada na vida deles, o que determinará o que eles serão no futuro.

Extraordinário foge da narrativa linear burocrática, e por isso se distancia dos filmes com pouca qualidade feitos para a TV nas décadas passadas. A história se divide em capítulos, cada um contado a partir do ponto de vista de algum personagem central. Começa com Auggie, mas depois alterna para Via, o amigo Jack Will e a ex-amiga de Via, Miranda. Esses recortes contribuem para que o filme não caia na vala comum que a maioria dos dramas do gênero seguem, e que resultam em monotonia. Ainda que adivinhemos qual será o final do filme, continuamos interessados na estória e em seus personagens.

Centro de tudo

“Você não é o centro de tudo.”, diz Via para o irmãozinho. E essa mensagem ecoa na narrativa fragmentada do roteiro. Caso se repetisse o ponto de vista de Auggie por todo o filme, facilmente o espectador se sentiria entediado. Ao colocar as visões de cada personagem, ao invés de se concentrar somente em Auggie, o público pode ter o privilégio de entrar na cabeça de diferentes protagonistas, e entender o que cada um sente. Acima de tudo, alinha a narrativa com a mensagem da trama.

Além disso, Extraordinário guarda um toque especial para nós do Brasil, pois Sônia Braga faz uma ponta como a mãe de Julia Roberts, que, então, tem ascendência brasileira no filme. Aliás, em certo momento, Isabel diz que está cozinhando uma feijoada.  O filme ainda conta com a presença de Chewbacca, em algumas cenas fantasiadas por Auggie, e da atriz mirim Millie Davis, da série Esquadrão Bizarro.

Enfim, Extraordinário emociona o público, que fica preso à história por causa da forma de narrar, mesmo que já saibamos como o filme terminará. E vale como uma importante lição sobre os bullyings que ainda acontecem nas escolas.


Extraordinário (filme)
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