Barry Fritado (poster)
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Barry Fritado

Avaliação:
8/10

8/10

Crítica | Ficha técnica

Barry Fritado é uma das mais corajosas ficções-científicas já realizadas. Sem freios, o diretor e roteirista Ryan Kruger, um ator que realiza aqui seu primeiro longa-metragem, coloca todas suas ideias malucas dentro do filme. Como resultado, constroi uma experiência intensa com muitas referências.

Barry é um homem que vive drogado, sem assumir as responsabilidades pela sua família, composta pela sua mulher e o filho pequeno deles. Após uma briga em casa, ele se injeta e sai pelas ruas a esmo. Então, é abduzido por alienígenas e seu corpo retorna habitado por um deles, aparentemente para fins de pesquisa sobre a vida por aqui. Ele passa, então, a caminhar pelas ruas, como o androide de Exterminador do Futuro (The Terminator, 1984), inclusive numa discoteca, tal qual o filme de James Cameron.

Alucinante

Uma das propostas originais do filme é a inseminação instantânea de uma prostituta que leva Barry para a cama. E em seguida dando à luz ao filho, que cresce rapidamente. O ritmo é alucinante, e o transformado protagonista passa por várias experiências extremas. Nesse sentido, ele enfrenta situações da violência das ruas, a reconciliação com a mulher, drogas etc. Inclusive, há espaço até para boas ações, como salvar um homem com ataque cardíaco e crianças mantidas em cativeiro por um abusador.

A aparência de louco, seja quando drogado ou quando incubado por alienígenas, acaba levando Barry a um manicômio, de onde consegue escapar. Porém, ele começa a ficar doente, como o visitante de E.T.: O Extraterrestre (E.T. The Extraterrestrial, 1982) e precisa, como este, retornar para casa.

Referências

Aliás, Barry Fritado está repleto de referências a outros filmes. Além desses já citados, há relações com outros clássicos. Por exemplo, Um Estranho no Ninho (One Flew Over the Cuckoo’s Nest, 1975), Alien: O Oitavo Passageiro (Alien, 1979), bem como 2001: Uma Odisseia no Espaço (2001: A Space Odyssey, 1968). Aliás, também a O Vôo do Navegador (Flight of the Navigator, 1986), cujo protagonista Joey Cramer foi chamado para atuar nessa produção sul-africana.

Adicionalmente, o diretor Ryan Kruger ousa até colocar um intervalo, com falsos anúncios, no meio do filme. E, também, um trecho com conversas insossas sobre o uso de luvas por personagens de desenhos animados que lembra a marca registrada de Quentin Tarantino.

Intenso

De fato, a intensidade do filme é tão forte que, quando ainda faltam 30 minutos, parece que muita coisa já aconteceu na estória. E contribui para essa sensação a trilha sonora que evoca o suspense. Analogamente, considere também suas imagens chocantes. Por exemplo, uma agulha perfurando um pênis, a horripilante incubação da prostituta, a briga com o abusador com uma serra elétrica etc. Na verdade, muito disso é apenas sugerido, mas é suficiente para colocar uma expectativa de violência no espectador.

Como resultado dessa experiência, o espectador pode refletir sobre a percepção que o alienígena relatará para seus conterrâneos. E a resposta disso está induzida no final surpresa. Então essa conclusão pode ser interpretada como se ele tivesse, apesar de tudo, gostado daqui, ou, alternativamente, que ele voltou transformado e rejeitado pelo seu povo.


Ficha técnica:

Barry Fritado (Fried Barry, 2020) África do Sul. 99 min. Dir/Rot: Ryan Kruger. Elenco: Gary Green, Brett Williams, Joey Cramer, Sean Cameron Michael, Steve Wall, Ryan Kruger, Hakeem Kae-Kazim, Kelsey Egan.

Entrevistamos o diretor Ryan Kruger! Confira aqui:

Assista ao trailer especial para o Leitura Fílmica:

Barry Fritado (filme)
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