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House of Cards (série)
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House of Cards

Avaliação:
9/10

9/10

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Crítica | Ficha técnica

House of Cards”: A série que escancara a sujeira nos bastidores da política

As quatro temporadas (até agora) de “House of Cards” o caracterizam como uma das melhores sagas políticas já levadas para a televisão. Produzido com custo altíssimo pela NETFLIX, a série chocou o público com uma trama que escancara supostas sujeiras no alto escalão dos cargos públicos dos Estados Unidos. E até mesmo do seu presidente, que é o personagem principal da estória, e o mais cruel de todos.

Por coincidir com os escândalos na política brasileira dos últimos anos, a série acabou arrebanhando novos seguidores por aqui assim que começaram a estourar as denúncias da Operação Lava Jato.

Francis Underwood (Kevin Spacey) começa a primeira temporada ainda como membro do Senado, mas vai costurando sua estratégia até chegar à presidência. Para ele, vale tudo, não só mentiras e compra de influência, mas até assassinato. Como os melhores chefões da máfia, possui um braço direito fiel, Doug Stamper (Michael Kelly), o frio executor das tramas de Underwood.

Praticamente, não existem personagens corretos. Até mesmo a esposa de Francis, Claire (Robin Wright), que lidera uma organização social no início da série, se mostrará impiedosa na busca de seus objetivos. Só mesmo Heather Dunbar (Elizabeth Marvel), uma promotora que vira adversária eleitoral de Underwood, se salva em meio a tanta podridão.

Personagens mais sólidos que em “Game of Thrones”

Os personagens secundários, aliás, são densamente construídos, e assim suas atitudes são consistentes. Por isso, o espectador se lembra deles, mesmo sendo em grande número. Dessa forma, não repete uma das dificuldades de “Game of Thrones”, que exige que você recorra a outros materiais para conhecer todos os personagens.

O hábil lobista Remy Danton (Mahershala Ali) e a política Jackie Sharp (Molly Parker), com quem se envolve emocionalmente, alternam lados em relação a Francis Underwood, mas por motivos bem desenvolvidos. Enquanto isso, a secretária de Estado Catherine Durant (Jayne Atkinson) discorda quase sempre das decisões do presidente, mas não tem coragem de enfrenta-lo.

Já Kate Mara possui um papel importante no início de “House of Cards”, como a jovem repórter Zoe Barnes, usada sexual e politicamente por Francis. Mas, logo ficará claro que correrá perigo por saber demais em um ambiente tão sujo. Inclusive para seu colega Lucas Goodwin (Sebastian Arcelus).

Adicionalmente, Neve Campbell é outra atriz conhecida do público na série. Ela aparece na quarta temporada como Leann Harvey, coordenadora da carreira de Claire Underwood. Por fim, a veterana Ellen Burstyn participa como a mãe de Claire.

Criada por Beau Willimon

O criador de “House of Cards” é Beau Willimon, que antes não contava com nenhum título importante em sua carreira. A aposta arriscada da NETFLIX deu tão certo que nomes importantes dirigiram alguns dos episódios, como Joel Schumacher, David Fincher e Jodie Foster. Além disso, a produção também dá oportunidade para a atriz Robin Wright estrear na direção, em sete episódios até agora.

O detalhe mais marcante no estilo de filmagem da série é o uso inusitado, ainda mais para um drama, da chamada “quarta parede”. Ou seja, quando o ator fala com o público, olhando diretamente para a câmera. Esse recurso é utilizado em algumas comédias, vide “Curtindo a Vida Adoidado” (1986), mas raramente em drama, até mesmo para não desviar a atenção do espectador. Francis Underwood frequentemente faz uso da “quarta parede”, principalmente para comentar alguma situação, a fim de mostrar o que está pensando. Dessa forma, deixando o juízo moral de lado, o recurso facilita a identificação com o personagem.

Além desse recurso e da trama intrincada e escandalosa de “House of Cards”, há um requinte na produção que utiliza vários estilos de fotografia, de acordo com o clima da cena, e foge ao lugar comum. Em certos episódios, há uma sequência introdutória, em outros, a abertura entra de imediato. Aliás, uma abertura belíssima, com imagens em “time lapse” de Washington e uma música que consegue transmitir o tom sinistro da série.


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