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Lucky (filme)
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Lucky

Avaliação:
8/10

8/10

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Crítica | Ficha técnica

Último filme de Harry Dean Stanton, Lucky ensina-nos a viver.

Lucky tem ares de despedida. O elenco está repleto de amigos de Harry Dean Stanton. Entre eles, os atores veteranos como Ed Begley Jr., Tom Skerritt, Beth Grant, James Darren, Barry Shabaka Henley. E, também, o diretor David Lynch, que o dirigiu em várias oportunidades, como em Coração Selvagem (Wild at Heart, 1990). Além disso, seu personagem, o protagonista Lucky, se depara com um evidente sinal de que sua morte está se aproximando.

Lucky possui uma rígida disciplina diária, que começa com um copo de leite e exercícios de ioga, e continua com conversas com os moradores da pequena cidade onde vive, tanto na cafeteria de manhã, como no bar à noite. Durante o dia, caminhadas e programas de TV. Certo dia, ele desmaia durante os exercícios matinais, e descobre que a morte pode lhe fazer uma visita, mesmo que ele tenha uma boa saúde para sua idade. A princípio, ele é tomado pelo medo. Porém, após uma conversa com um ex-fuzileiro de passagem pela cidade, ele passa a ter uma nova visão sobre a vida.

O filme não pretende ser uma pregação, mas se fundamente na filosofia budista em relação à certeza da morte e a decorrente importância de apreciar a vida. Isso está impregnado na história que o ex-militar conta sobre a menina japonesa que viu durante a guerra. A certeza de que a morte estava próxima não a angustiava. Pelo contrário, ela sorria pela vida que teve até aquele momento. É o mesmo sorriso de Harry Dean Stanton perto do fechamento do filme – uma exteriorização do agradecimento pelo que viveu o ator e o personagem que ele interpreta.

Iluminado

A partir do momento em que o protagonista recebe essa iluminação, ele pensa e age de acordo. O restaurante que uma vez o expulsou por fumar no recinto virara sua rotina diária de xingamento toda vez que ele passava em sua frente. Eis que, certo dia, descobre que o estabelecimento encerrou suas atividades. Um claro sinal de que a morte não perdoa os seus inimigos. Por outro lado, temos a bela cena em que ele espontaneamente canta uma música mariachi na festa da mexicana dona do mercadinho que ele frequenta. Além de representar um exemplo de integração entre americanos e latinos, esse momento constata a ideia de aproveitar a dádiva da vida.

Por fim, como se acompanhasse essa abordagem, este longa marca a estreia do veterano diretor John Carroll Lynch na direção. É como um paralelo da cena de Lucky cantando na festa mexicana, uma ousadia para encarar a vida com o peito aberto. O resultado é um belo filme sobre a morte que enaltece a vida.


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