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Madeira e Água (filme)
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Madeira e Água

Avaliação:
6/10

6/10

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Crítica | Ficha técnica

Madeira e Água, longa de estreia do cineasta alemão Jonas Bak, é um íntimo e minimalista relato da vida após a aposentadoria. A mãe se reúne com sua filha para comemorar a nova fase, e escolhe o litoral, onde costumava ir com a família toda. Mas, ela se sente triste porque o marido já não está mais vivo, e o filho está em Hong Kong, supostamente impedido de viajar por causa dos protestos que ocorrem no país.

Jonas Bak filma como se fosse um registro documental. Os planos são longos e captam a rotina da protagonista. Dessa forma, revela o que ela sente, a solidão e a saudade do passado, o que fica evidente na sequência com uma montagem de fotos da época em que os filhos ainda eram crianças. Então, resolve partir sozinha para Hong Kong, a fim de rever o filho após três anos.

Jornada de autodescoberta

Contudo, a jornada acaba sendo uma experiência de autodescobrimento. O filho não está no apartamento, e ela se hospeda na primeira noite num hostel. As pessoas que ela encontra são gentis, principalmente o porteiro do prédio, que lhe dá a chave para ela passar os demais dias no apartamento do filho. Um cartomante lhe diz que, entre as cinco matérias existentes, ela é a madeira, e que ela deve morar na mata, onde satisfará o que lhe falta. Num passeio, ela encontra a mata e a água, o elemento que a completa.

Na última noite, o filho entra no apartamento, mas não a incomoda enquanto dorme. E ela, quando acorda, provavelmente o encontra cochilando. Por isso, apenas olha para ele com afeição e parte. Nessa jornada, ela aprende a não mais sofrer com a ausência das pessoas queridas. A visita ao apartamento lhe permite ver como o filho vive, e o simples vislumbre dele é suficiente para ela partir tranquila, pois ele está bem.

A lentidão de Madeira e Água nos coloca na posição da sua protagonista. Tal como ela, sentimos cada minuto passar, pois os planos longos não possuem cortes e, na maioria das vezes, a câmera permanece fixa. O tai chi chuan que ela pratica ao final, na companhia do porteiro, reproduz esse ritmo. De forma similar, Jonas Bak quer que o espectador aprecie cada momento do filme, ou melhor, da vida.   


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