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Mãe solteira (filme)
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Mãe Solteira

Avaliação:
8/10

8/10

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Crítica | Ficha técnica

“Mãe Solteira” é o primeiro filme dirigido pela pioneira Ida Lupino, que substituiu Elmer Clifton, quando este teve um ataque cardíaco. Aos 31 anos, Lupino estreava também como coprodutora e co-roteirista, mas a direção era uma posição predominantemente masculina, até então. O resultado é impressionante, principalmente considerando as dificuldades dessa situação.

Sally (Sally Forrest) é uma jovem inexperiente que um pianista itinerante seduz e logo sai da cidade. Para ele, foi apenas uma noite de sexo casual. Mas, ela se apaixona e abandona a casa dos pais para procura-lo. Porém, quando o encontra, ele formalmente dá o fora nela, e parte para uma nova viagem. A garota fica desolada e encontra consolo em Drew Baxter (Keefe Brasselle), um rapaz que sente complexo por possuir uma perna de prótese. O amor nasce entre eles, mas Sally resolve fugir quando descobre que está grávida do pianista.

Não sabemos quais cenas cada diretor, Elmer Clifton ou Ida Lupino, dirigiu em “Mãe Solteira”, mas algumas merecem destaque. O prólogo é uma delas. Ainda nos créditos, vemos Sally subindo uma ladeira íngreme numa cidade, com cara de louca, até ser atraída pelo choro de um bebê. Então, ela o pega do carrinho e é surpreendida pela mãe, indo parar na delegacia. Atrás das grades, começa o flashback que contará como ela chegou a essa situação. 

Ingenuidade

Em seguida, duas sequências que exploram a comunicação visual chamam a atenção. Primeiro, descobrimos que o pianista resolve se aproveitar da ingenuidade de Sally quando o vemos arremessando um cigarro no rio enquanto a beija, nitidamente fazendo referência que ela a descartará da mesma forma. A outra cena visual surge quando Sally encontra emprego ao ver um anúncio na vitrine de uma loja, cujas letras aparecem na tela ao reverso, no mesmo plano em que a moça está na lateral.

Além disso, é interessante também a construção do momento em que Sally desmaia enquanto olha para o carrossel, em um belo trabalho de montagem. Por fim, a perseguição na passarela capta toda a dramaticidade daquele momento na estória. Aliás, dramaticidade que a atriz Sally Forrest consegue transmitir durante todo o filme, numa interpretação tão poderosa que lembra a atuação de Nathalie Wood em “Clamor do Sexo” (Splendor in the Grass, 1961).

“Mãe Solteira”, apesar do problema com o diretor original, ou talvez por causa disso, é um belo drama romântico, com temática social ousada para a época. 


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