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Mar em Fúria (filme)
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Mar em Fúria

Avaliação:
6/10

6/10

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Crítica | Ficha técnica

Mar em Fúria”: uma viagem ao mar belíssima, mas não tão fluída como deveria ser

Woflgang Petersen, o diretor de “O Barco: Inferno no Mar” (Das Boot, 1981), retorna às águas nesse filme-catástrofe baseado em eventos reais ocorridos em 1991, em Gloucester, MA, nos Estados Unidos. Em um raro evento, três tempestades se juntam para formar a chamada “tempestade perfeita” do título original. “Mar em Fúria” mostra como esse fenômeno atingiu algumas pessoas, principalmente o barco pesqueiro Andrea Gail, tripulado pelo capitão Billy Tyne (George Clooney), e sua equipe.

Apresentação dos personagens

Como de praxe, antes de partirem para a jornada, o filme apresenta cada um dos personagens. Além do capitão, recebem atenção especial os irmãos Bobby (Mark Whalberg) e Murph (John C. Reilly), da tripulação, e Linda Greenlaw (Mary Elizabeth Mastrantonio), a dona de outra embarcação. Bem como Christina (Diane Lane), namorada de Billy, Sully (William Fichtner), desafeto de Murph que também embarca no Andrea Gail, e o outro colega Bugsy (John Hawkes).

Bobby é solitário e passa por uma fase difícil no trabalho, porque suas últimas viagens renderam pouca carga. A concorrente Linda se abre para ser sua companheira, mas ele resiste. Já o jovem casal Bobby e Christina decide aprofundar o relacionamento e morar juntos, seguindo o conselho de Murph, que se dedicou demais à pescaria e perdeu sua mulher, com quem tem um filho. Então, a ação começa quando Billy decide voltar ao mar logo depois de uma viagem pouco lucrativa para chegar a mares arriscados e distantes, onde há mais peixes.

A interação entre esses personagens é um dos pontos fortes de “Mar em Fúria”. O filme consegue retratar fortemente essas pessoas cotidianas, criando o interesse necessário para que o espectador se importe com eles quando enfrentarem a tempestade. Contudo, a falha do roteiro é expandir esse núcleo, ainda acrescido de personagens de terceiro protagonismo, para situações paralelas não ligadas diretamente ao Andrea Gail.

Pontes fracos do filme

Mesmo que possuam uma certa ligação com o destino dos protagonistas e com claro objetivo de retratar com fidelidade os acontecimentos reais, as tramas envolvendo a pequena embarcação com Melissa Brown (Karen Allen) e o recorte no drama de alguns membros da equipe de resgate acabam por desviar a atenção e reduzir a intensidade emocional. Sem esses desvios, o filme se tornaria mais fluído.

Alguns clichês debilitam “Mar em Fúria”. Sendo um drama baseado em fatos reais, consequentemente com final conhecido, a frase do personagem Mark Wahlberg ao se despedir de sua namorada é muito “lugar comum”. Ela pede uma vida mais segura, mesmo que mais humilde, e ele responde: “É só mais uma vez, eu prometo”. Quantas vezes no cinema isso não significa dizer que algo vai dar errado?

Efeitos especiais

Os efeitos especiais, por outro lado, são deslumbrantes. Retratar embarcações em meio a uma tempestade não é tarefa fácil no mundo fílmico, muitas vezes sem conseguir disfarçar o uso de miniaturas. A tecnologia avançou e a computação gráfica foi utilizada na dose certa. As grandiosas cenas do pequeno Andrea Gail em meio a ondas gigantescas soam reais, o que é fundamental numa produção sobre um fato verídico.

Além disso, o filme não perde os personagens durante a tragédia, e, com isso, deixa o público à beira de seus assentos, preocupado com o destino de cada um deles. Essa sequência do embate contra a força da natureza vale o filme. Sem contar ainda algumas imagens deslumbrantes, como quando o Andrea Gail parte para sua viagem com um belíssimo crepúsculo de fundo.

Caso houvesse uma nova versão de “Mar em Fúria”, cortando as frases clichês e as tramas paralelas que nada acrescentam, ele poderia se aproximar de seu título original e se tornar um filme perfeito. Como está, é um belo filme mas com ritmo arrastado, que deixa à mostra alguns momentos desinteressantes.


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