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Poster do filme "Matador de Aluguel" (1989)
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Matador de Aluguel (1989)

Avaliação:
7/10

7/10

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Crítica | Ficha técnica

Uma nova versão de Matador de Aluguel (Road House) acaba de estrear na Prime Video, dirigida por Doug Liman e estrelada por Jake Gyllenhaal. O Matador de Aluguel original, lançado em 1989, contou com Patrick Swayze no papel principal, e direção de Rowdy Herrington. Era o segundo filme de Herrington, que tinha feito antes A Volta de Jack o Estripador (Jack’s Back, 1988), com James Spader e Cynthia Gibb. Em toda a sua carreira, ele só dirigiria oito filmes, nenhum com maior repercussão do que este seu segundo longa. Apenas por curiosidade, é preciso mencionar que uma continuação saiu só em vídeo em 2006. Com direção de Scott Ziehl, era mais uma cópia do que uma sequência.

O charme do original

Tenho certeza de ter assistido ao filme original na época de seu lançamento em VHS, mas pouco me lembrava dele. A refilmagem me motivou a revê-lo, e a revisão trouxe uma boa impressão. Inclusive na parte musical, recheada de blues rock, e com a presença de Jeff Healey (1966-2008), com sua banda formada por Joe Rockman e Tom Stephen. Healey não só toca no palco do bar da estória como atua no papel de um antigo conhecido do protagonista James Dalton (Patrick Swayze). Mas a maior qualidade de Matador de Aluguel está no seu tom, um acelerado filme de ação com muita pancadaria e sexo.

O filme ganhou charme com as suas muitas cenas de luta filmadas no estilo da época. Ou seja, com planos longos, golpes coreografados, dublês voando para todo lado – recursos muito mais emocionantes do que a sequências de planos curtíssimos e incompreensíveis do cinema atual. Rolam até algumas brigas generalizadas no saloon, como num bom faroeste. Aliás, não seria nada errado enquadrar esse longa dentro do faroeste moderno. Um ingrediente especial é o uso de artes marciais nas lutas, principalmente envolvendo Patrick Swayze. Embora não tão ágeis quanto nas produções de Hong Kong, as lutas são empolgantes.

Tolerância zero

A trama lembra enredo de western. Frank Tilghman (Kevin Tighe) adquiriu o bar The Dougle Deuce, em Jasper, Missouri. Mas o local é frequentado por arruaceiros que causam confusão todas as noites. Desesperado, Tilghman vai atrás do melhor chefe de segurança que existe, James Dalton. Este chega ao local precedido de sua fama. E age como um verdadeiro gerente no estilo “tolerância zero”. Demite seguranças sem o perfil adequado, um caixa que desvia dinheiro, uma garçonete que vende drogas. Seu estilo durão mas gentil (até certo ponto), dá certo, e logo o bar se torna um lugar bem agradável e atrai novos clientes.

Então, como isso não bastaria para render um filme, surge à tona um problema muito maior. A cidadezinha é uma terra sem lei, onde o ricaço Brad Wesley (Ben Gazarra) extorque dinheiro dos empreendedores. Replicando o modo de operação da máfia, quem não obedece sofre a violência dos seus capangas. Até que ele mexe com a pessoa errada, pois Dalton não está a fim de fazer vista grossa. Ainda mais quando Wesley destrói a loja do tio de Elizabeth Clay (Kelly Lynch), uma média local que começa a sair com ele, e atrapalha os negócios do The Double Jeuce.

O matador de aluguel

Os atritos crescem, a ponto de Dalton já não aguentar mais e partir com tudo contra o império de Wesley. Para simbolizar que ele já não liga para mais nada, o filme mostra-o jogando seu carro Mercedez, que ele tanto venera, para cima dos vilões. O confronto final se dá na grande sala da mansão de Wesley, repleta de animais empalhados (no cinema, se alguém tem bichos empalhados é provável que ele seja do mal). Alguns lances tolos (as piadinhas com um capanga gordo, por exemplo) prejudicam esse epílogo. Mas termina com o surgimento de um espírito de comunidade dos empresários locais, no estilo Howard Hawks, movidos pelo exemplo de coragem de Dalton, revelando que eles jamais aceitarão de novo similar exploração.

A trama não é muito bem azeitada. Dalton poderia chegar ao local já como a solução para acabar com a máfia da extorsão, tal como o matador de aluguel em Os Brutos Também Amam (Shane, 1953). E talvez o procurem para esse tipo de trabalho, depois do que fez em Jasper. Mas em Matador de Aluguel ele é um herói por acaso. Parece que o dono do The Double Deuce só se preocupava com a desordem dentro do seu estabelecimento, e não com o fornecimento monopolizado e as explorações de Wesley, o que não faz sentido. Ainda bem que o ritmo veloz dos acontecimentos, o clima sensual e as cenas de ação deixam os problemas do enredo em segundo plano.

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Ficha técnica:

Matador de Aluguel | Road House | 1989 | 114 min | EUA | Direção: Rowdy Herrington | Roteiro: R. Lance Hill, Hilary Henkin | Elenco: Patrick Swayze, Kelly Lynch, Sam Elliot, Ben Gazarra, Marshall R. Teague, Julie Michaels, Red West, Sunshine Parker, Jeff Healey, Kevin Tighe, Kathleen Wilhoite.

Onde assistir:
Um homem com colete de jeans e outro sem camisa lutando.
Cena de "Matador de Aluguel" (1989)
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