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Poster de "Matador de Aluguel" (2024)
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Matador de Aluguel (2024)

Avaliação:
7/10

7/10

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Crítica | Ficha técnica

O novo Matador de Aluguel (Road House) não se preocupa em resolver os problemas da trama do original de 1989 (dirigido por Rowdy Herrington e estrelado por Patrick Swayze). Pelo contrário, a linha narrativa principal agora parece ainda mais forçada. No lugar de um vilão mafioso, agora o cara do mal é um traficante de drogas que quer derrubar a taverna (ponto central dos dois filmes) para construir um resort de luxo. Motivações nada originais, e a solução que a proprietária do estabelecimento busca se afasta para longe do sensato. Para combater as ameaças, Frankie (Jessica Williams), contrata um ex-lutador do UFC que agora ganha dinheiro em lutas clandestinas. Outra forçada da trama é o incêndio de uma loja de recém-amigos de Dalton, com motivações aleatórias por parte do vilão, e inserida apenas como gatilho do desejo de vingança para o herói que estava para partir.

Interpretado por Jake Gyllenhaal, este Dalton ganha contornos mais sombrios. Adequados para o ator – que se inclina mais para a intensidade de um Mel Gibson do que para a pinta de galã de Patrick Swayze. Nesta nova versão, o trauma que assombra o personagem fica escancarado. Como o Martin Riggs de Gibson em Máquina Mortífera (Lethal Weapon, 1987), quando Dalton fica muito irritado, ele perde totalmente o controle de suas ações e se torna letal. É o que o arruinou nos ringues e levará à trágica explosão de violência na parte final deste filme.

Revisita e referências

A primeira parte de Matador de Aluguel (2024) é quase uma refilmagem cena a cena dos principais trechos do filme original. No lugar de Jasper, Missouri, o bar da vez se localiza na fictícia Glass Keys, na Flórida. Mas a sucessão de eventos é praticamente a mesma. Frankie contrata Dalton para acabar com os arruaceiros que atormentam a sua taverna. Chegando lá, ele dá uma surra na turma, sem saber que eles trabalham para o desonesto empresário Ben Brandt (Billy Magnussen), disposto a arruinar o negócio de Frankie para ali construir seu resort. Nesse meio-tempo, Dalton se envolve com uma enfermeira, Ellie (Daniela Melchior), filha do xerife que trabalha para Brandt.

A refilmagem traz várias referências ao longa anterior. Para começar, a taverna se chama Road House (título original daquele e deste filme). Logo que Dalton chega ao local, uma garota logo entrega que a contratação dele lembra estória de faroeste (de fato, a inspiração para o roteiro do original). O bar também tem um palco protegido por uma rede. Na verdade, isso combinava com a espelunca no Missouri, mas não com esta taverna à beira da praia. A primeira frase que ouvimos da música de uma apresentação no palco (desta vez, vários grupos se revezam) diz: “Não preciso ser cego”. Trata-se de uma clara homenagem a Jeff Healey, o guitarrista e cantor deficiente visual que participou do filme de 1989 como músico e ator.

Caindo na farsa

Da metade para a frente, o filme se perde no tom, até então sério e sombrio. Isso acontece quando entra outro vilão, Knox (Conor McGregor), matador de aluguel contratado por Brandt para acabar com Dalton. Desde sua primeira cena, Knox extrapola na caricatura. Bate nos adversários rindo e dançando, anda pelas ruas pelado, e profere provocações o tempo todo para que o público fique com raiva dele. Da mesma forma, soa caricato também, quase pastelão, o trecho em que o malvado master sai voando pelos ares após sua lancha bater com força na taverna.

Prioridade: ação

Desta vez, as lutas não se restringem às artes marciais. A mistura de vários estilos, afinal, combina mais com a tendência atual no cinema e faz jus à origem de Dalton como lutador do UFC. O que importa mesmo é que diretor Doug Liman é muito superior a Rowdy Herrington, e por isso torna os combates mais emocionantes. Se as cenas filmadas por Herrington agradam por manter os planos longos e contar com o uso de dublês em golpes coreografados.

Liman traz isso e mais. Retomando lições dos melhores filmes sobre boxe, ele consegue colocar o espectador dentro da briga, movimentando a câmera em sintonia com os lutadores, usando o ponto de vista subjetivo, e mantendo planos longos o suficiente para que ninguém fique confuso sobre o que está acontecendo na tela. Não é surpresa, pois Liman tem experiência em filmes de ação – entre eles, Jumper (2008), Mr. e Mrs. Smith (2005) e A Identidade Bourne (2002).

As duas versões desta estória possuem defeitos na trama. O original era mais sexy, característica ausente aqui – sinal das mudanças de comportamento, hoje mais recatado do que nos anos 1980. Por outro lado, a violência cresceu.

As cenas de lutas agradam nos dois filmes, por razões diferentes. No primeiro, pelas artes marciais e uso de dublês e coreografias em planos longos. Neste, pela boa direção de Doug Liman. Colocando na balança, há empate técnico: os dois Matador de Aluguel se equiparam como eficientes filmes de ação.

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Ficha técnica de “Matador de Aluguel”:

Matador de Aluguel | Road House | 2024 | EUA | 121 min | Direção: Doug Liman | Roteiro: Anthony Bagarozzi, Chuck Mondry | Elenco: Jake Gyllenhaal, Daniela Melchior, Conor McGregor, Billy Magnussen, Jessica Williams, B.K. Cannon, Joaquim de Almeida, Post Malone.

Distribuição: Prime Video.

Onde assistir:
Dois homens se encarando para brigar
Cena de "Matador de Aluguel" (2024)
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