Em Não Sou Eu, o cineasta Leos Carax percorre a sua vida e os seus filmes. De forma livre, espontânea, mistura trechos de seus filmes, vídeos caseiros e materiais de terceiros, que incluem documentários e fitas clássicas. Levanta temas para diversas digressões, tão diversos quanto o nazismo e o homem na lua, mas falha por não se aprofundar nessas discussões.
O exercício, no geral, é experimental, o que pode justificar essa falta de aprofundamento. Em muitos casos, consegue provocações rasas, que não atingem nem um poder sensorial.
Os melhores momentos são aqueles ligados ao processo de filmar. Leos Carax, por exemplo, confessa que copiou um plano de Um Corpo Que Cai (Vertigo, 1958), de Alfred Hitchcock. E, na cena pós-crédito, revela os bastidores da animação do boneco de Annette (2021).
Contudo, por insistir demais em provocações espertinhas e desconexas, Não Sou Eu acrescenta pouca matéria relevante.
Não Sou Eu entra em cartaz em sessão dupla com Alegorias Urbanas no IMS Paulista, IMS Poços de Caldas, e no Cine Arte UFF, em Niterói.
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Ficha técnica:
Não Sou Eu | C’est pas moi | 2024 | França | 42 min | Direção: Leos Carax | Roteiro: Leos Carax | Elenco: Denis Lavant, Kateryna Yuspina, Nastya Golubeva Carax, Loreta Juodkaite, Anna-Isabel Siefken, Petr Anevskii, Bianca Maddaluno.
Distribuição: Filmes da Mostra.
