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Poster de "No Submundo de Moscou"
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No Submundo de Moscou

Avaliação:
5/10

5/10

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Crítica | Ficha técnica

No Submundo de Moscou, também conhecido como Khitrovka: O Signo dos Quatro, coloca o experiente diretor russo Karen Shakhnazarov, pela primeira vez, dentro do filme policial investigativo. O resultado não está à altura das suas obras dos anos 1980, entre eles o kafkiano Cidade Zero (1988). Neste século, ainda acertou em Tigre Branco (2012), mas muitas de suas produções parecem feitas para a TV, como Anna Karenina: A História de Vronsky (2017) e o filme desta crítica.

A premissa é promissora, mistura fatos reais com o caso solucionado por Sherlock Holmes no livro “O Signo dos Quatro”, de Arthur Conan Doyle. Na Moscou de 1902, o diretor de teatro Konstantin Stanislavsky inicia a produção da peça “Ralé”, de Maksim Gorky. Mas, percebe que lhe falta a vivência necessária para adaptar a obra. Então, pede ajuda ao jornalista Vladimir Guilyarovsky para conhecer o bairro de Khitrovka, um local barra-pesada ocupado pelo submundo. Lá, se deparam com um comerciante indiano misteriosamente assassinado, e resolvem investigar por conta própria o crime.

No tom errado

Mas o argumento não se transforma num bom roteiro, e muito menos num bom filme. Karen Shakhnazarov é o presidente da Mosfilm, então, como já era esperado, os cenários de No Submundo de Moscou foram construídos nos seus estúdios. A direção de arte capricha, a produção enche de extras as ruas de Khitrovka, mas tudo soa limpo, claro e bonito demais para esse local sombrio, tomado pela prostituição, pela bebida e pelo crime.

Ademais, a trilha musical de fundo está presente quase todo o tempo, num tom meio farsesco. Esse cacoete, comum nos filmes e novelas para televisão, servem para prender o espectador da telinha, para que ele não se distraia com as coisas que acontecem em casa. Mas, no cinema, ou assistindo na TV com atenção total, esse recurso irrita. Além disso, afastam ainda mais o necessário clima sombrio que o roteiro pede.

Já na parte final, essa música some e dá lugar para uma outra, apropriada para o suspense. Uma morte violenta surpreende, e o filme muda drasticamente de tom. Os protagonistas Stanislavsky e Guilyarovsky descem para os esgotos do bairro, repleto de cadáveres apodrecendo, para perseguir os vilões (o sinistro anão indiano acrescenta um tom quase de terror). É o melhor trecho do filme, mas dura pouco. Logo a farsa toma conta, como se os mocinhos não quisessem pegar os bandidos – até o indiano entra na dança e faz gracinhas. Para piorar, o fim demora para chegar – a enrolação da cena com Guilyarovsky e a prostituta Ksenia mostra que os roteiristas não sabiam como terminar a estória. E ainda optam por uma conclusão decepcionante.

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Ficha técnica:

No Submundo de Moscou | Khitrovka. Znak chetyryokh | 2023 | 129 min | Rússia | Direção: Karen Shakhnazarov | Roteiro: Elena Podrez, Ekaterina Kochetkova, Karen Shakhnazarov | Elenco: Konstantin Kryukov, Mikhail Porechenkov, Anfisa Chernykh, Evgeny Stychkin, Aleksei Vertkov, Aleksander Oleshko, Boris Kamorzin, Ivan Kolesnikov, Stanislav Eventov, Georgy Topolaga, Yuri Mirontsev, Sergey Shkoda, Serguei Barkovsky, Vasant Balan.

Onde assistir:
Dois homens em trajes sociais do início do século XX
Cena de "No Submundo de Moscou"
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