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NONA: SE ME MOLHAM, EU OS QUEIMO: filme estreia dia 18 de fevereiro

Nona: Se Me Molham Eu Os Queimo (filme)
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A coprodução Chile/Brasil/França/Coréia do Sul Nona: Se Me Molham, Eu Os Queimo estreia nos cinemas em 18 de fevereiro de 2021.

A diretora e roteirista é a chilena Camila José Donoso, que fez o longa de ficção Naomi Campbel (2013) e o documentário Casa Roshell (2017), ambos exibidos e premiados em festivais de cinema.

Nona: Se Me Molham, Eu Os Queimo reflete o interesse do cinema do Chile pela sua história recente. Para isso, o filme mistura fatos e ficção. Aliás, a protagonista é a avó da diretora, Josefina Ramirez, que fez parte da resistência anti-Pinochet, e se tornou uma especialista na produção de molotovs.

Então, Camila José Donosco combina memórias de Nona e uma narrativa ficcional sobre uma mulher que cometeu um crime passional. Por isso, essa mulher é obrigada a deixar Santiago. Assim, ela se exila na cidade costeira de Pichilemu, numa casa que comprou na época do governo de Salvador Allende. E, como a protagonista acaba de realizar uma cirurgia contra catarata, ela se encontra ainda mais fragilizada e de mal humor.

Incendiária

Mas, ao redor dessa nova morada de Nona, existe uma floresta que começa a sofrer incêndios inexplicáveis. Logo, devido ao passado piromaníaco dessa mulher de 66 anos, ela se torna uma das suspeitas pelos incêndios. Afinal, sua casa permanece intacta, ao contrário de outras da região. Mas o filme vai muito além desse suspense, ao fazer um retrato crítico e carinhoso do Chile do presente. Analogamente, a aparente calmaria pode esconder a turbulência política que o país enfrenta.

Adicionalmente, o longa acrescenta uma nova camada ao trazer filmagens caseiras em vídeo, remetendo ao passado e resgatando a trajetória de Nona. Assim, Nona: Se Me Molham, Eu Os Queimo mistura cenas amadoras captadas em diferentes formatos de vídeo, película, e o digital límpido. Como resultado, surge uma proposta estética diferenciada e bem-vinda. E que espelha a figura de sua protagonista, uma mulher fascinante e intrigante na mesma medida.

Fatos e ficção

Em seu primeiro longa, “Naomi Campbell”, de 2013, Camila José Donoso acompanhou a trajetória de uma transexual chilena. Então, o documentário prevaleceu sobre a ficção discreta. Em Nona: Se Me Molham, Eu Os Queimo, a diretora radicaliza. E constrói um jogo de cena entre o real, o imaginário e a fantasia, sem se preocupar em deixar clara essa distinção. Dessa forma, o filme não se intimida em deixar essa protagonista maior que avida brilhar sem impor limites.

E a diretora explica: “Eu queria que o personagem de Nona tivesse profundidade. Ou seja, eu queria que o espectador descobrisse Nona como eu a conhecia. Em outras palavras, uma avó, uma dona de casa extrovertida que ocasionalmente mentia, uma mulher volúvel, e tudo aquilo que estava longe da femme fatale piromaníaca que mais tarde descobri. Então, eu queria que o espectador pudesse viver na intimidade de Nona, sem julgamento. Afinal, a beleza de Nona também reside na complexidade, na ambivalência de seu caráter”.

Por fim, o elenco de Nona: Se Me Molham, Eu Os Queimo combina não atores com profissionais. Por exemplo, a própria Josefina e as atrizes Gigi Reyes, Paula Dinamarca e Nancy Gómez. E o Brasil é representado por Eduardo Moscovis, que interpreta Pedro, uma figura misteriosa que ronda Nona.


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