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O Amante de Lady Chatterley (filme)
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O Amante de Lady Chatterley

Avaliação:
6/10

6/10

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Crítica | Ficha técnica

O Amante de Lady Chatterley (Lady Chatterley’s Lover), nova adaptação do livro de D.H. Lawrence produzido pela Netflix, mantém a proposta daquele filme homônimo de 1981 dirigido por Just Jaeckin e estrelado por Sylvia Kristel, os responsáveis pelo soft-porn de sucesso Emmanuelle (1974). Ou seja, chamar a atenção por causa das cenas ousadas de sexo e nudez. Aliás, como fez o livro quando foi publicado em 1928, apesar de que a obra possuía outras qualidades.

Nesse quesito, a diretora francesa, que também é atriz, Laure de Clermont-Tonnerre revela um gosto muito mais refinado. Embora seu filme apresente nudez frontal dos dois principais atores, isso nunca soa vulgar. Na verdade, até perde um pouco da sensualidade em alguns momentos (como quando os amantes brincam na chuva), em prol dessa preocupação em evitar o apelativo. Mas esse não é o principal problema de seu O Amante de Lady Chatterley.

Ausência de lágrimas

A fraqueza nesta produção é a ausência de conflitos, ou seja, de dramaticidade. Entendemos que Connie (Emma Corrin), a Lady Chatterley, fica ressentida quando seu marido Clifford (Matthew Duckett), incapacitado para o sexo após voltar ferido da guerra, propõe que ela tenha um filho com outro homem. Porém, a diretora Clermont-Tonnerre não consegue refletir esse sofrimento de Connie. Com mais talento, faria como Jean-Luc Godard em O Desprezo (Le Mépris, 1963), no qual Brigitte Bardot vive uma personagem em situação semelhante. E essa questão é crucial para a trama, pois é isso que a motiva a se aventurar com o guarda-caças Oliver (Jack O’Connell).

O filme também desperdiça a força da obra de D.H. Lawrence na exploração do escândalo que representava na época um caso de traição de uma dama com um de seus empregados. Embora tenham um efeito bucólico, as cenas de sexo entre Connie e Oliver ao ar livre, nas matas, em plena luz do dia contrariam o medo que esses dois deviam sentir de serem descobertos. Além disso, uma vez que isso acontece, as consequências ficam aquém do que se esperaria. Nem mesmo nesse clímax dramático, vislumbramos um conflito arrebatador entre Connie e Clifford, ou deste com seu empregado. Da mesma forma, a discussão entre Connie e sua irmã dura pouco. Assim, resta apenas o desentendimento entre os dois amantes que põe em xeque o relacionamento futuro deles. Ao menos nesse ponto o apelo romântico gera alguma emoção.

Belo e frio, O Amante de Lady Chatterley é um colírio para os olhos e para as lágrimas que não surgem naturalmente.

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Ficha técnica:

O Amante de Lady Chatterley | Lady Chatterley’s Lover | 2022 | 126 min | Reino Unido, EUA | Direção: Laure de Clermont-Tonnerre | Roteiro: David Magee | Elenco: Emma Corrin, Jack O’Connell, Matthew Duckett, Joely Richardson, Faye Marsay, Ella Hunt.

Distribuição: Netflix.

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Onde assistir:
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