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O Grande Golpe (filme)
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O Grande Golpe

Avaliação:
8/10

8/10

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Crítica | Ficha técnica

“O Grande Golpe”, terceiro longa-metragem de Stanley Kubrick, evidencia o talento potencial desse diretor de cinema que se tornaria um dos mais reverenciados de todos os tempos. Filmado em preto e branco, com narração em off, o filme possui qualidades que ultrapassam os padrões do estilo film noir.

Johnny Clay (Sterling Hayden) elabora um plano audacioso para roubar o dinheiro das apostas de um hipódromo e sua execução exige a orquestração de várias pessoas com funções e responsabilidades específicas. Cada uma delas deve cumprir sua parte para que o golpe funcione devidamente. Mas alguns obstáculos surgem no caminho, como a mulher do caixa do hipódromo que faz parte da quadrilha.

A construção da narrativa é engenhosa, não-linear, um quebra-cabeças que recorta a estória com base na execução do golpe por cada um dos personagens. Stanley Kubrick, também roteirista do filme, opta por desrespeitar as leis do tempo. Nesse sentido, mostra como um personagem trabalha a sua parte no plano, depois retorna no tempo para então relatar como outro personagem realizará sua função.

Dessa forma, Kubrick fornece ao espectador cargas de emoção em cada uma das narrativas em separado dos personagens, criando suspense porque se um deles não cumprir seu objetivo, a missão falhará. Assim, ele evita o método clássico de contar essa estória através da montagem paralela, que produziria um impacto muito menor em quem assiste ao filme. Aliás, Kubrick driblou a dificuldade de mostrar essa narrativa recortada sem revelar o final do golpe até o momento adequado. Inclusive, algumas ações não saem como o planejado, mas sem que isso impeça objetivo final.

Há o uso frequente do trucking da esquerda para a direita, acompanhando um personagem enquanto ele se movimenta. Em alguns desses movimentos, o filme se afasta do realismo para mostrar a cena por detrás de um móvel e até, estranhamente, atrás de uma falsa parede. Mais importante ainda, esse movimento horizontal, inclusive, se encaixa com a construção narrativa que demanda um ritmo progressivo. O filme, tal qual a câmera, sempre está seguindo em frente. Da mesma forma que a carreira de Kubrick, após esse filme.


O Grande Golpe (filme)
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