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O Projeto Adam (filme)
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O Projeto Adam

Avaliação:
5/10

5/10

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Crítica | Ficha técnica

O Projeto Adam (The Project Adam, 2022) é uma daquelas produções da Netflix que sustentam a tese de que resultam de algoritmos. Nem todos os seus filmes se encaixam nesse perfil, devemos ser justos, mas os que possuem orçamento maior e não podem fracassar tendem a seguir esse modelo matematicamente menos arriscado. Ou seja, com base no cruzamento de dados de comportamento de seus assinantes (filmes e séries mais assistidos, suas avaliações, etc) e da indústria do entretenimento em geral, o algoritmo prevê quais talentos e temas garantem maior probabilidade de agradar.

A própria ficha técnica de O Projeto Adam representa esse esquema. O diretor Shawn Levy possui muitos títulos de sucesso em seu currículo, entre eles, a franquia Uma Noite no Museu e o seu último filme, Free Guy: Assumindo o Controle (Free Guy, 2021). Além disso, já é de casa, pois dirigiu episódios de séries da Netflix, como alguns do prestigiado Stranger Things. No elenco, repleto de nomes conhecidos, estão outros dois que já estiveram em produções dessa empresa: Ryan Reynolds, de Esquadrão 6 (6 Underground, 2019), e Jennifer Garner, de Dia do Sim (Yes Day, 2021). Ademais, a dupla Reynolds e Shawn já foi testada antes em Free Guy.

Temas e referências

Da mesma forma, o enredo trabalha temas que já provaram que dão resultado. Trata da viagem no tempo, com uma pegada sentimental quanto ao relacionamento do protagonista adulto (Adam, vivido por Ryan Reynolds) com seu pai Louis (Mark Ruffalo). Mas, não é o drama que fala mais alto, e sim a ação, com direito a naves espaciais e soldados do futuro. O problema é que a trama não está bem amarrada, como devem estar todas que envolvem deslocamento no tempo. Em certo momento, a própria personagem Laura (Zoe Saldaña) ressalta essa fraqueza, quando diz ao seu marido Adam que ele não deveria estar ali lado a lado com sua versão criança.

Enfim, ao longo do filme, identificamos não referências (que têm viés de homenagem) mas imitações de sucessos de bilheteria – certamente, seguindo as recomendações dos computadores. Nesse sentido, temos o uso de músicas retrô, mesmo em cenas de ação, uma receita proveniente de Guardiões da Galáxia (Guardians of the Galaxy, 2014). Aliás, a presença da atriz Zoe Saldaña (aqui creditada com o til no “n”) só reforça o impacto desse longa de James Gunn neste de Shawn Levy. Destacam-se outras emulações, como a de E.T. – O Extraterrestre (1982), quando o Adam criança investiga o barulho no fundo de sua casa com uma lanterna à noite, bem como de Starman (1984), quando o recém-chegado Adam se esconde na casa do fundo. E, para encerrar essa lista de imitações (apesar de existirem muitas outras), citamos o uso do sabre duplo de Darth Maul, de Star Wars: Episode I (1999).

Não desagrada, nem empolga

O Projeto Adam, pelo menos, tem um bom andamento. São muitas cenas de ação, alternadas com trechos mais sentimentais. Porém, encerra num esperado, porém não convincente desfecho apoteótico, quando a imensa empresa do pai e de sua sócia vilã explode por inteiro. O embate entre mocinhos e bandidos é repleto de efeitos visuais em computação gráfica. Não devidamente utilizados, tornando muito artificiais vários momentos dessa conclusão. Então, nos lembramos, que o final se aproxima e ainda não nos emocionamos em nenhum trecho, provando que não somos meros consumidores de dados. Cumpre, enfim, o objetivo para o qual foi programado: sem riscos, não desagrada – mas tampouco empolga.     


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