Os Três Mosqueteiros: D’Artagnan, nova adaptação da obra de Alexandre Dumas, é uma coprodução da França, Alemanha, Espanha e Bélgica. Lançada em duas partes (a segunda se chama Os Três Mosqueteiros: Milady), foi filmada na França de uma vez só durante 150 dias. Mas, apesar da produção luxuosa e do elenco repleto de nomes famosos, não consegue ser o épico empolgante que deveria ser. Boa parte da responsabilidade por isso cai no colo do diretor Martin Bourboulon, que sabe atrair bilheteria (fez Relacionamento à Francesa [os dois filmes, de 2015 e 2016] e Eiffel [2021]), porém, mostra aqui que não sabe dirigir cenas de ação.
A história se passa em 1627, e acompanha a ida de D’Artagnan (François Civil) a Paris para tentar se juntar aos Três Mosqueteiros – Athos (Vincent Cassel), Porthos (Pio Marmaï) e Aramis (Romain Duris) – que servem ao Rei Luís XIII (Louis Garrel) e à Rainha Anne da Áustria (Vicky Krieps). Enquanto D’Artagnan se esforça para provar o seu valor, nos bastidores o Cardeal Richelieu (Eric Ruf) tenta provocar uma guerra entre católicos e protestantes para desestabilizar a situação. Para isso, sua principal arma é a ardilosa Milady (Eva Green). Nessa trama, ainda há espaço para romance, sendo o principal entre D’Artagnan e Constance (Lyna Khoudri), a confidente da rainha.
Cenas e ação frustrantes
Para um épico desse porte, são poucas as cenas de ação. E mais grave que a pouca quantidade é que são mal dirigidas. Martin Bourboulon tem a louvável intenção de não seguir o padrão dos filmes americanos que picotam esses trechos em vários planos de poucos segundos, deixando tudo ágil, porém confuso. Por sua vez, Bourboulon ousa filmar em planos longos (sem cortes ou fingindo ser sem cortes), o que demanda um bocado de ensaios para apurar a coreografia. No entanto, usa mal a câmera, movimentando-a desnecessariamente e, no fim, deixando tudo igualmente confuso.
Já o roteiro causa lentidão no andamento de Os Três Mosqueteiros: D’Artagnan. Os trechos românticos demoram para engatar, e há momentos dispensáveis que não acrescentam nada à trama. Uma longa história contada por Athos para D’Artagnan, por exemplo. Da mesma forma, a cerimônia de casamento custa a se desenrolar, e ainda desperdiçam a oportunidade de criar um momento de forte suspense. Nessa sequência, o romance chega a atrapalhar, pois Constance devia se apressar como nunca ao invés de flertar com o seu amado – o futuro da França depende dela!
Quanto ao elenco, merecem notas negativas Louis Garrel e Vicky Krieps. O primeiro nunca parece ter a altivez de um rei e a segunda exagera nas caretas para construir sua personagem. Parece que nenhum dos dois está à vontade nesses papeis.
Entre bons e maus momentos, Os Três Mosqueteiros: D’Artagnan é suportável, mas se esperava muito mais dessa superprodução. Vamos ver se a segunda parte consegue melhorar essa impressão.
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Sinopse:
D’Artagnan, um jovem gascão espirituoso, é deixado para morrer depois de tentar salvar uma jovem de ser sequestrada. Mas sobrevive. Então, ao chegar a Paris, ele tenta por todos os meios encontrar seus agressores, sem saber que sua busca o levará ao centro de uma guerra real, onde o futuro da França está em jogo. Aliado a Athos, Porthos e Aramis, três mosqueteiros do rei, D’Artagnan enfrenta as maquinações sombrias do Cardeal de Richelieu. Quando se apaixona perdidamente por Constance Bonacieux, a confidente da Rainha, D’Artagnan se coloca verdadeiramente em perigo. Afinal, é essa paixão que o leva ao rastro daquela que se torna sua inimiga mortal: Milady de Winter.
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Ficha técnica:
Os Três Mosqueteiros: D’Artagnan | Les Trois Mousquetaires: D’Artagnan | 2023 | 121 min | França, Alemanha, Espanha, Bélgica | Direção: Martin Bourboulon | Roteiro: Matthieu Delaporte, Alexandre de La Patellière | Elenco: François Civil, Vincent Cassel, Romain Duris, Pio Marmaï, Eva Green, Louis Garrel, Vicky Krieps, Lyna Khoudri.
Distribuição: Paris Filmes.
