Pesquisar
Close this search box.
Pearl (filme)
[seo_header]
[seo_footer]

Pearl

Avaliação:
7.5/10

7.5/10

Crítica | Ficha técnica

Em X – A Marca da Morte (X, 2022), Mia Goth interpreta dois papeis: o da atriz pornô Maxine e o da velha serial killer Pearl. O papel duplo tem justificativa narrativa, e a própria Pearl verbaliza que as duas têm muito em comum. O filme Pearl, realizado logo em seguida, mostra os primeiros crimes dessa psicopata e desvenda o que conecta essas duas personagens.

A trama se passa em 1918, na mesma fazenda isolada do segundo filme. É lá que Pearl nasceu e cresceu, sob a extrema rigidez da sua mãe Ruth (Tandi Wright), fanática religiosa. Além disso, precisa ajudar a cuidar do pai inválido. Embora jovem, Pearl já está casada, mas seu marido foi para a Europa lutar na Primeira Guerra Mundial. Pearl não aguenta a abstinência sexual. Ataca primeiro um espantalho, e depois vai para a cama com o projecionista do cinema da cidade. Sua mãe pressente os “pensamentos maus” da filha e se torna cada vez mais opressora. Aliás, a própria Ruth se comporta estranhamente, até mesmo deixando um porco assado apodrecendo, cheio de vermes, na entrada da casa, pois não aceita o presente que recebeu da amiga.

Fundo na psicologia

Pearl se diferencia da maioria dos slashers porque não prioriza as mortes violentas. Sem dúvida, elas marcam forte presença, mas o foco principal é se aprofundar na psicologia da protagonista. Os tons fortes, com predominância da cor vermelha, indicam o perigoso mundo de fantasia em que vive Pearl. Ela sonha em ser uma dançarina num filme de Hollywood, e treina diariamente para isso, para desconforto da sua mãe. Vestindo macacão e com o cabelo preso em maria-chiquinha, ela parece uma ingênua menina-moça. Impossível não nos lembramos da Dorothy de O Mágico de Oz (The Wizard of Oz, 1939). Mas a maldade faz parte dela, e isso fica evidente quando ela captura um ganso com um ancinho para alimentar o crocodilo que vive nas águas ao lado da fazenda.

O processo de agravamento da sua loucura se acelera. Um acidente serve de estopim para seu primeiro assassinato, e daí ela desembesta. Simbolicamente, a marca “X” (referência ao filme anterior) está no palco da audição que aumenta ainda mais seu desconforto com o mundo em que vive. As mortes em plena luz do dia dão um toque adicional de loucura aos seus atos. E a estilosa tela dividida com efeitos de caleidoscópio sela o ápice de sua psicopatia, mostrando o que ela faz com os corpos.

Mas clímax do filme não é nenhum dos assassinatos, e sim o monólogo de mais de sete minutos no qual Pearl faz um role play com sua amiga Mitsy (Emma Jenkins-Purro) e revela seus crimes. A atuação de Mia Goth é assustadoramente convincente. E vai além, pois a atriz ainda sela sua brilhante atuação com um perturbador sorriso para a câmera num longo plano durante os créditos finais. Com isso, não ficam dúvidas de que esse filme, uma prequel escrita a quatro mãos por Goth com o diretor Ti West, supera o original.  

___________________________________________

Ficha técnica:

Pearl | 2022 | 103 min | EUA, Canadá | Direção: Ti West | Roteiro: Ti West, Mia Goth | Elenco: Mia Goth, David Corenswet, Tandi Wright, Matthew Sunderland, Emma Jenkins-Purro, Alistair Sewell, Amelia Reid.

Onde assistir "Pearl":
Pearl (filme)
Pearl (filme)
Compartilhe esse texto:

Críticas novas:

Rolar para o topo