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Pulp Fiction (filme)
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Pulp Fiction: Tempo de Violência

Avaliação:
10/10

10/10

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Crítica | Ficha técnica

Pulp Fiction: Tempo de Violência é o filme que catapultou Quentin Tarantino para o patamar de diretor cult.

Foi sucesso de público e de crítica, venceu vários prêmios, como a Palma de Ouro em Cannes e o Oscar de Melhor Roteiro Original. Além disso, recebeu indicações nas categorias de ator (John Travolta), ator coadjuvante (Samuel L. Jackson), atriz coadjuvante (Uma Thurman), edição (Sally Menke), filme e diretor.

E Pulp Fiction é apenas o terceiro longa-metragem de Tarantino. O primeiro é o pouco visto My Best Friend’s Birthday (1987) e o segundo Cães de Aluguel (1992), que revelou seu talento.

Essencialmente, este filme solidificou várias características do estilo de Tarantino já presentes no seu filme predecessor.

Explosão de violência

Na obra do diretor, a violência explode nas telas com doses fartas de sangue e pitadas de sadismo. Em Cães de Aluguel, a tortura do policial, e aqui os pervertidos que sodomizam um dos protagonistas e o ritual bíblico do personagem de Samuel L. Jackson antes de executar alguém. O sangue que suja todo o interior do carro está presente nos dois filmes.

Ao mesmo tempo, Tarantino utiliza movimentos de câmera cuidadosamente planejados para que o ritmo não desacelere mesmo durante longas sequências de diálogos. Com isso, vai além do tradicional plano/contraplano para girar a câmera ao redor dos personagens que conversam entre si.

Por outro lado, o diretor é um mestre nos diálogos, criando frases antológicas como “Zed is dead” (tradução: “Zed está morto”). Porém, sua originalidade nesse quesito repousa nas agora famosas conversas “filosóficas” sobre assuntos banais. Por exemplo, os personagens de John Travolta e Samuel L. Jackson debatem profundamente sobre temas como haxixe, McDonald’s e massagem nos pés. Com efeito, essas conversas típicas aliviam a tensão do filme.

Além disso, Quentin Tarantino é um apaixonado cinéfilo e enche seus filmes de citações. Em Pulp Fiction, a mais famosa delas é a agora icônica dança de Travolta com Uma Thurman. É uma referência para Banda à Parte (1964), de Jean-Luc Godard, e indiretamente também para Embalos de Sábado à Noite (1977), de John Badham, que trazia o próprio Travolta como um rapaz cujo maior prazer era dançar nas discotecas.

Cultura Pulp

Ademais, a referência aos desenhos animados da Looney Tunes insere humor na tensa cena de sadismo. Enquanto há suspense porque não sabemos a qual tortura Marcellus Wallace (Ving Rhames) está sendo submetido, Vincent Vega (John Travolta) escolhe sua arma para voltar e salvá-lo. Como nas animações, cada arma é mais poderosa que a próxima.

E, para reforçar o tom de “pulp fiction”, de cultura pop, a trilha sonora resgata várias canções de bandas menores, que tiveram um ou outro sucesso e depois sumiram Por exemplo, “Girl, You’ll Be a Woman Soon”, do Urge Overkill.

Adicionalmente, as variações de tom chamam a atenção em Pulp Fiction. Por exemplo, quando as conversas à toa descambam para algum ato violento, vide o casal que bate papo e resolve assaltar a lanchonete onde estão comendo, ou a dança de Travolta e Thurman. Aliás, algumas sequências são uma sucessão de acontecimentos alucinantes que se aproximam de um pesadelo, como a quase morte de Uma Thurman e o ataque da dupla de sádicos.

Angústia

Tarantino deseja incomodar, por isso coloca tanta violência em seus filmes. Em Pulp Fiction, o incômodo vira angústia na cena em que Butch Coolidge (Bruce Willis) mata uma pessoa em sua casa e deixa o cadáver lá dentro, enquanto o alarme da residência dispara. O espectador se sente duplamente incomodado.

Um dos destaques de Pulp Fiction é sua montagem em ordem não cronológica. Mas não é necessário quebrar muito a cabeça para descobrir a ordem dos episódios em que o filme é subdivido. A parte chamada de “O Relógio de Ouro” que termina com Butch fugindo com sua namorada, é a conclusão feliz do filme. A sequência da dança e quase morte de Mia Wallace (Uma Thurman) vem logo depois daquela que começa com o diálogo de Vincent com Jules Winnfield (Samuel L. Jackson), e é seguida daquela da lanchonete.

Tudo isso merecidamente colocou Quentin Tarantino como um dos grandes diretores autores contemporâneos. E Pulp Ficton logo virou filme cult.

 

Pulp Fiction (filme)
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