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Quando Fala o Coração (filme)
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Quando Fala o Coração

Avaliação:
7/10

7/10

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Crítica | Ficha técnica

Quando Fala o Coração é um filme bem moderno de Alfred Hitchcock, para a época de seu lançamento.

Primeiro, porque traz para as telas o ainda questionado tema da psicanálise. Além disso, coloca a personagem principal, interpretada por Ingrid Bergman, como uma profissional respeitada em um meio médico altamente masculinizado. Por fim, ainda introduz a arte surrealista de Salvador Dali na famosa sequência do sonho.

Talvez por isso o filme possa ser melhor apreciado hoje. Principalmente quanto à simpatia do público em relação à personagem de Ingrid Bergman, uma mulher independente demais para a conservadora sociedade americana. Com certeza, o fato de ela ir atrás do recém-chegado novo diretor do manicômio onde trabalha logo após tê-lo conhecido deve ter provocado antipatia pela personagem.

Aliás, a própria atriz sofreria com esse moralismo exagerado. Afinal, sua popularidade declinaria logo no ano seguinte, quando teve um caso com o diretor Roberto Rossellini durante as filmagens de Stromboli.

A trama

Na instituição de tratamento mental onde a Dra. Constance (Ingrid Bergman) trabalha, os funcionários residem no local. Então, um novo diretor, Dr. Edwardes (Gregory Peck), chega para substituir o antigo, que será forçado a se aposentar. Apesar da atração que Constance logo sente por Edwardes, ela nota que algo está estranho.

Ele sofre tonturas quando vê linhas paralelas, e sua assinatura não coincide com uma antiga registrada em um dos seus livros. Mesmo descobrindo que ele pode ter matado o verdadeiro Edwardes, ela resolve ajuda-lo a descobrir o que aconteceu. Dr. Edwardes, na verdade John Ballantyne, sofre por um trauma de infância e Constance precisa trata-lo. Dessa forma, poderá descobrir a verdade e desvendar o mistério sobre o desaparecimento do verdadeiro diretor.

Psicanálise

Em Quando Fala o Coração, Hitchcock sentiu a necessidade de inserir explicações básicas sobre psicanálise no roteiro, o que retarda o ritmo do filme, que apresenta diálogos em demasia. Além disso, subestima a inteligência do espectador ao mostrar duas vezes o conteúdo da carta que o Dr. Edwardes escreve para a Dra. Constance antes de ir embora do manicômio.

Por outro lado, acerta ao criar o suspense sobre essa mesma carta, quando Constance teme que os outros colegas a encontrem. Hitchcock consegue acelerar o ritmo do filme na colagem de cenas que relata rapidamente o processo de aprisionamento de Ballantyne, mostrando apenas a reação de Constance.

A estória é muito boa e o mistério não é fácil de se desvendar. Além disso, a cena que encerra a descoberta é genial, com uma inteligente sacada para mostrar um suicídio. No entanto, o maior acerto é que a bela sequência do sonho criada por Dali não é gratuita. Afinal, ela é essencial para Constance concluir o que aconteceu.

Pena que o excesso de didatismo impede que Quando Fala o Coração seria um filme empolgante do início ao fim.


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