Pesquisar
Close this search box.
Saneamento Básico, O Filme
[seo_header]
[seo_footer]

Saneamento Básico, O Filme

Avaliação:
8/10

8/10

Crítica | Ficha técnica

“Saneamento Básico, O Filme” é uma divertida comédia de metalinguagem sobre um grupo de moradores de uma pequena cidade gaúcha que precisa construir uma nova fossa para a comunidade.

A única verba disponível na prefeitura se destina à produção de um filme. Por isso, o grupo decide fazer um curta metragem para conseguir o dinheiro para a obra. Porém, eles não têm nenhuma noção sobre o assunto.

Então, Marina (Fernanda Torres) assume o roteiro e a direção do filme, que será sobre um monstro da fossa, despertado pelo início da obra. O namorado de Marina, Joaquim (Wagner Moura) interpretará a criatura. Para completar, a irmã dela, Silene (Camila Pitanga) será a mocinha e vítima e Fabrício (Bruno Garcia), namorado de Silene, a salvará. Mas, como Marina nem sabe que existe a etapa de edição do filme, ela vai filmando tudo em sequência, apagando as tomadas que não dão certo.

Dessa forma, Marina consegue acompanhar a duração do filme, e uma das piadas recorrentes é o esforço para que o curta tenha pelo menos 10 minutos. Como o resultado não a está agradando, ela recorre a Zico (Lázaro Ramos), um pequeno produtor de audiovisual local. Assim, ele assume a edição e também a direção do trecho adicional para finalizar o filme, além de dar em cima de Silene.

Metacinema

O metacinema abre oportunidades, bem aproveitadas, para criar humor. Na abertura, durante os créditos, ouvimos a voz de Fernanda Torres, como se estivesse se dirigindo aos espectadores que estão ainda se acomodando na sala de cinema. Com isso, lembra a sequência final de “Curtindo a Vida Adoidado” (1986). Porém, quando a primeira cena do filme começa, vemos que era uma brincadeira. Na verdade, a personagem de Fernanda Torres está conversando com um grupo da comunidade sobre o problema da fossa.

O roteiro também explora o fato de atores de verdade interpretarem muito mal os atores do filme dentro da tela, principalmente Camila Pitanga e Wagner Moura. Com isso, abrem espaço para o momento em que Paulo José provoca risadas ao surpreender o espectador com uma ótima atuação de seu personagem.

Jorge Furtado

“Saneamento Básico, O Filme” se torna ainda mais interessante quando atentamos que o diretor e roteirista é Jorge Furtado. Ele é um dos maiores cineastas brasileiros desde o seu lendário “Ilha das Flores”, o pioneiro curta metragem com uso primordial da comunicação visual. Esse curta acabou se tornando obrigatório nas escolas. Afinal, é um ótimo instrumento para conscientizar a população sobre a destinação do lixo urbano, além de criticar o sistema consumista da época (e ainda atual).

Então, Furtado parece brincar com esse tema em “Saneamento Básico, O Filme”, colocando uma paródia de si mesmo nos cineastas amadores do filme. Aliás, inesperadamente, Marina e sua turma criam um produto que será divulgado nas escolas públicas. Por outro lado, a crítica social de Furtado está presente. De forma clara, nos personagens do prefeito, que nada faz além de discursos, e do empreiteiro que supervaloriza a obra e que não a conclui.

Mais uma vez, Jorge Furtado entretém, enquanto provoca.

___________________________________________

Ficha técnica:

Saneamento Básico, O Filme (2007) Brasil. 112 min. Dir/Rot: Jorge Furtado. Elenco: Fernanda Torres, Wagner Moura, Camila Pitanga, Bruno Garcia, Janaína Kremer, Lázaro Ramos, Tonico Pereira, Paulo José.

Assunto: Jorge Furtado fala sobre Saneamento Básico 

Leia também a crítica de Real Beleza (2015).

Onde assistir:
Saneamento Básico, O Filme
Saneamento Básico, O Filme
Compartilhe esse texto:

Críticas novas:

Rolar para o topo