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Sing Street: Música e Sonho (filme)
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Sing Street: Música e Sonho

Avaliação:
7/10

7/10

Crítica | Ficha técnica

Em Sing Street: Música e Sonho, John Carney investe de novo no que ele sabe fazer melhor. Ou seja, num filme sobre músicos iniciando sua carreira. Repete, assim, a premissa de Apenas Mais Uma Vez (Once, 2007) e Mesmo Se Nada Der Certo (Begin Again, 2013). A diferença é que agora trata de um músico ainda adolescente, cujas aspirações não são tão profissionais. Na verdade, o próprio Carney iniciou sua carreira artística como baixista da banda The Frames (a mesma do ator que protagonizou Once) portanto essas histórias são muito próximas ao que ele viveu.

A história de Sing Street acontece em Dublin, em 1985. Muito da cena musical da época aparece na trilha sonora – prato cheio para os saudosistas de plantão. A primeira música (“Stay Clean”, do Motörhead) dá uma pista falsa sobre o gênero que mais ouviremos no filme. Esse rock pesado serve para retratar a nova escola do protagonista de 15 anos Conor (Ferdia Walsh-Peelo). É um ambiente pesado que contrasta com a escola particular que costumava frequentar até sua família sucumbir à crise econômica. Logo de cara, Conor sofre bullying de um valentão e do diretor (que o filme insinua, sem confirmar, ser um abusador de menores). Mas o que ouviremos mais durante o filme é a cena de pop rock britânica dos anos 80.

Videoclipes

Então, com a intenção de agradar Raphina (Lucy Boynton), uma linda moça um ano mais velha que ele, Conor funda uma banda de música. Para isso, conta com a mentoria do irmão mais velho (surpreendentemente sábio) que lhe indica os melhores discos de pop rock da época. Logo ele recruta alguns colegas e começa a compor. Era época da efervescência dos videoclipes e a banda, Sing Street, grava alguns deles de forma amadora, tendo Raphina como atriz e modelo.

A trama mantém os pés no chão, e a Sing Street não se torna nenhum fenômeno de sucesso. A relevância da banda está na transformação do protagonista, que começa a ganhar confiança e amadurecer. Por causa dela, vive seu primeiro amor, enfrenta e aprende a lidar com o valentão da escola, supera a separação dos pais, e ainda confronta o diretor abusador. De fato, o máximo que a banda conquista é agradar aos alunos na festa de fim do período letivo.

Os videoclipes servem de desculpa para os números musicais do filme. As letras das canções retratam o processo de amadurecimento de Conor, que as escreve. Nesse sentido, figurativamente funcionam como as falas dos personagens. Além disso, os filminhos, toscos, garantem o tom sutil de comédia que ajuda na fluência da narrativa, com o apoio também das canções icônicas da época. Da mesma forma, são engraçados os figurinos do protagonista em suas idas à escola, que mudam conforme as bandas que ele ouve.

Descompromisso

O que pesa contra o filme é sua previsibilidade e seu descompromisso em ousar uma trama mais criativa. Além disso, uma das primeiras cenas, aquela com a família de Conor discutindo sobre o orçamento apertado deles, constata que John Carney ainda não desenvolveu sua habilidade em filmar cenas dramáticas. Faz uso de câmeras na mão – recurso necessário e funcional em Once, mas que aqui soa forçado. Felizmente, isso fica de lado e o restante do filme traz de volta o bem-vindo tripé para fixar o equipamento. Sem dúvida, Carney se dá bem melhor ao filmar as partes musicais. E como as canções são gostosas de se ouvir, Sing Street: Música e Sonho sai ileso e proporciona ainda uma boa diversão.   

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Ficha técnica:

Sing Street: Música e Sonho | Sing Street | 2016 | 106 min | Irlanda, Reino Unido | Direção: John Carney | Roteiro: Simon Carmody, John Carney | Elenco: Ferdia Walsh-Peelo, Lucy Boynton, Aidan Gillen, Maria Doyle Kennedy, Jack Reynor, Kelly Thornton, Ian Kenny, Ben Carolan, Percy Chamburuka, Mark McKenna, Don Wycherley, Marcella Plunkett.

Onde assistir:
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