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Thor: Ragnarok (2017)
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Thor: Ragnarok

Avaliação:
8/10

8/10

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Crítica | Ficha técnica

Entenda como Thor: Ragnarok repagina o super-herói de Asgard para o cinema.

Depois dos fiascos de Thor (2011) e Thor: O Mundo Sombrio (2013), finalmente acertaram o tom para retratar o Deus do Trovão em filme. Essencialmente, as tentativas anteriores sofreram um excesso de reverência ao personagem. De fato, havia um respeito tão grande que parecia que os seus roteiristas literalmente temiam lidar com a divindade sagrada. Nesse sentido, criaram um Thor intocável, com superpoderes incomparáveis. Como consequência, nos combates, ele não necessitava lutar, bastava golpear o solo com seu martelo que uma explosão de energia derrotava todos os inimigos. E, seus longos cabelos loiros, então, continuavam sempre sedosos. Resultado: construíram um herói tão perfeito que não funciona no storytelling. Afinal, como cativar o público, se não é possível emocioná-lo com a possiblidade de derrota?

Repaginada

Mas Thor: Ragnarok muda tudo isso. Primeiro, troca o tom pesado e sombrio por uma aventura mais leve e com muito humor. O próprio filho de Odin desce de seu pedestal para se mostrar não só vulnerável como também atrapalhado. Inclusive, às vezes, pouco inteligente (isso seria mais explorado no futuro filme Vingadores: Guerra Infinita, de 2018). Dessa forma, Thor agora luta de verdade, manuseando seu martelo com destreza e, também, com as mãos limpas. Assim, apanha muito, até perde um de seus olhos.

Enfim, incapaz de derrotar sua poderosa irmã mais velha, Hela (Cate Blanchett), Thor precisa trabalhar em equipe, o que abre a oportunidade para colocá-lo dentro do universo dos outros super-heróis da Marvel. Primeiro, o Dr. Estranho (Benedict Cumberbatch), que o leva ao encontro de Odin, e depois Hulk (Mark Ruffalo), a quem enfrenta num desafio de gladiadores espetacular. Simbolizando essa mudança, Thor perde seu martelo e corta seu cabelo.

Ação + comédia + sci-fi

Em suma, o filme mescla a ação com comédia e ficção científica. Aliás, são muitas piadas engraçadas, principalmente com as trapalhadas de Thor e seu intelecto inferior. Além disso, o personagem Korg, um ser de outro planeta extremamente forte, feito de rocha, possui uma voz muito fina (do próprio diretor Taika Waititi), o que cria uma graça especial para os brasileiros, que se lembrarão da voz do lutador de UFC Anderson Silva. Por outro lado, algumas piadas são mais sujas do que costumamos ver nos filmes da Marvel, como a passagem para outro mundo, apelidada de “ânus do demônio”.

Já a ficção científica aparece no mundo de Grandmaster (Jeff Goldblum), com perseguições e combates de naves espaciais dignas do gênero nos anos 1980. Até mesmo com música eletrônica na trilha sonora, remetendo a Flash Gordon (1980), cuja música foi composta pelo Queen, e outros filmes com composição de Vangelis, como Blade Runner (1982).

Girl power

Adicionalmente, a influência do girl power está presente em Thor: Ragnarok. Nessse sentido, a super-vilã Hera é mais forte que Thor, superioridade acentuada pela presença da intensa atriz Cate Blanchett, apesar de que seu visual inicialmente se assemelhe ao personagem principal de Malévola (2014). Além disso, guerreira valquíria interpretada por Tessa Thompson se revela essencial para que Thor possa derrotar sua inimiga. Mais sutilmente, podemos ver que as duas primeiras pessoas do povo de Asgard a empunharem a espada na rebelião são mulheres. E, numa inversão de papeis, vemos Chris Hemsworth exibindo seu musculoso torso nu gratuitamente, uma evidente resposta à exploração da nudez feminina no cinema.

Thor e a saga dos Vingadores

Em complemento, Thor: Ranarok também funciona como um dos elos na épica estória dos Vingadores. Assim, explica o que aconteceu com Thor e Hulk depois de Vingadores: Era de Ultron (2015), que justificaria a ausência desses heróis em Capitão América: Guerra Civil (2016), retornando apenas em Vingadores: Guerra Infinita (2018).

E, para azeitar ainda mais esse que é um dos melhores filmes do universo Marvel, a trilha musical inclui “Immigrant Song”, do Led Zeppelin, em duas cenas de batalha. Certamente, uma escolha ideal por sua pegada potente e, ainda por cima, sua letra que trata dos vikings nórdicos, origem da mitologia de Odin e seus deuses.


Thor: Ragnarok (2017)
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